
Em discurso durante a abertura da 5ª Reunião Plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), o Conselhão, nesta terça-feira (5/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou a importância da participação social na formulação de políticas públicas e criticou o período de inatividade do colegiado entre 2019 e 2022. O petista também fez uma defesa enfática da soberania dos países e condenou interferências externas nos assuntos nacionais.
“Eu lembro de quando o Conselhão foi criado, em 2003. Muitos achavam que eu queria enfraquecer o Congresso. Mas o que estávamos fazendo era criar um espaço para que a sociedade pudesse propor, cobrar e participar do governo. Isso é democracia de verdade”, afirmou Lula, destacando que o modelo de diálogo com a sociedade civil ainda é raro no mundo.
O colegiado, reinstalado por Lula em seu terceiro mandato, reúne representantes de diversos setores da sociedade — empresariado, movimentos sociais, trabalhadores, acadêmicos e especialistas — para discutir temas estratégicos para o país. Segundo o presidente, a retomada do Conselhão após o desmonte nos anos anteriores representa um passo necessário para a reconstrução democrática do Brasil.
“Democracia não é só o direito de votar. É também o direito de corrigir erros, de fiscalizar, de acompanhar um deputado, um senador. Se a sociedade não participa, a política piora, se descredibiliza”, disse o chefe do Planalto, em crítica velada à apatia política e ao distanciamento entre representantes e representados.
Defesa da soberania
Num trecho do discurso, Lula falou sobre o cenário internacional e a necessidade de respeito mútuo entre as nações, sem citar diretamente conflitos específicos, mas enviando uma mensagem clara sobre a política externa brasileira.
“Não é possível o mundo dar certo se perdermos o senso de responsabilidade e o respeito à soberania, à integridade territorial e ao funcionamento das instituições. Quando começamos a dar palpite nos assuntos de outros países, ferimos algo sagrado: a soberania”, declarou.
Em tom crítico, o petista mencionou o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, dizendo que gostaria que ele ouvisse a fala do vice-presidente Geraldo Alckmin no evento. “Seria tão importante se a gente trabalhasse apenas com a verdade, e nada mais que a verdade”, disse, sem entrar em detalhes, mas em um contexto de crítica à desinformação e à postura de lideranças autoritárias no cenário global.
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Lula também afirmou que deseja entregar ao povo brasileiro um país mais justo, democrático e respeitado no cenário internacional.
“É esse país que nós estamos querendo construir. E é esse país que eu quero entregar ao povo brasileiro”, concluiu, sob aplausos dos conselheiros presentes.
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