
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), fez duras críticas à ocupação das mesas diretoras da Câmara por parlamentares da oposição, nesta quarta-feira (6/8). Segundo ele, trata-se de um “sequestro” do Congresso Nacional, uma “chantagem descarada que precisa ser enfrentada com firmeza pela Presidência da Casa".
“Os plenários continuam ocupados pela oposição. Isso aqui é um sequestro da mesa do plenário. É uma chantagem descarada. Não pode ser pela força desse jeito”, declarou Lindbergh, ao Correio. “O que todo mundo tem falado — e acho que deve ser a tônica da reunião de líderes — é que é preciso recuperar a cadeira do presidente da Câmara e do presidente do Senado. Eles não vão chantagear uma nação inteira.”
Segundo o parlamentar, as ameaças feitas por integrantes da oposição, como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), demonstram um ataque direto à estabilidade das instituições democráticas. “Hoje, o Eduardo Bolsonaro deu outra entrevista, à jornalista Bela Megale, onde volta a dizer que ameaçou o Hugo Motta e o Alcolumbre, fala de Lei Magnitsky. Estamos falando de chantagem ao país inteiro.”
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Lindbergh contou que conversou pessoalmente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pedir uma reação imediata. “Falei com ele. Disse que vamos ter uma reunião de líderes às 16h. Espero que, dessa reunião, seja tomada uma decisão, e que o presidente venha para cá recuperar sua cadeira. Ele vai ter o apoio da grande maioria do plenário. Dos 513 deputados, pode ter certeza que mais de 400 estariam com ele.”
O líder petista defendeu que a prioridade, neste momento, é restabelecer a autoridade do presidente da Câmara e, em seguida, discutir as eventuais punições no Conselho de Ética. “Hoje é recuperar a cadeira do presidente. Eles não podem fazer isso. É um gesto de força, autoritário. Volto a dizer: o tema é sequestro. O Congresso está sequestrado por uma turma que está querendo chantagear o país.”
Ao ser questionado sobre possíveis riscos de violência, Lindbergh reforçou que uma ação firme e pacífica do presidente da Câmara, com respaldo da maioria, é suficiente para desmontar a ocupação. “Se o presidente chegar aqui com o apoio maciço da Casa, eles ficam numa situação muito difícil. O que não dá para aceitar é essa chantagem descarada, e a gente não fazer nada. Tem que ser hoje.”
O deputado criticou a tentativa da oposição de usar a ocupação para pressionar o Congresso em meio a negociações internacionais e após o avanço de investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Imagina deixar os trabalhos parados por uma minoria que trama contra o país, trama com os Estados Unidos e promove um festival de grosseria. Isso é um ataque. Os presidentes das duas Casas estão em cheque. É hora de reagir.”
Lindbergh também alertou para os prejuízos ao país. “No Senado, pode cair a medida provisória da isenção do Imposto de Renda. Não estamos falando de R$ 5 mil, é a faixa de dois salários mínimos. Tem que votar essa semana. Eles estão se voltando contra o Brasil”, disse. “Essa chantagem é contra todo o povo brasileiro.”
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