Ex-presidente preso

Bolsonaro age contra a democracia e deve ser preso, diz líder do PT

Deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que um presidente que "conspira com potências estrangeiras" e ataca a democracia brasileira trai a Constituição; o petista defendeu a decisão de Moraes

Lindbergh: manifestações representam uma virada na pauta da Câmara, presa à anistia e à blindagem -  (crédito: Bruno Spada/Câmara)
Lindbergh: manifestações representam uma virada na pauta da Câmara, presa à anistia e à blindagem - (crédito: Bruno Spada/Câmara)
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), disse nesta segunda-feira (4/8) que a ordem de prisão domiciliar a Jair Bolsonaro (PL) é justa porque o ex-presidente continua a atuar contra o Estado Democrático de Direito e a articular, através do filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), a deslegitimação das instituições brasileiras.
“Um ex-presidente que conspira com potências estrangeiras para enfraquecer seu próprio país não está apenas afrontando a Justiça, mas traindo os fundamentos constitucionais da República. A prisão domiciliar é um freio necessário até o julgamento final, que tende à sua condenação definitiva e ao início da execução da pena”, disse o petista em seu perfil no X.
“A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro não se deu apenas pelo descumprimento de cautelares, mas pela constatação de que ele continua agindo contra o Estado Democrático de Direito”, escreveu Lindbergh. O vídeo que motivou a decisão, segundo o parlamentar, seria só mais uma etapa de um processo de recorrente desrespeito à Justiça. 
“(Bolsonaro) segue promovendo “reiteradas manifestações públicas visando incentivar a desobediência à Constituição e ao Estado Democrático de Direito”, instrumentalizando seus seguidores e familiares para violar decisões judiciais, desacreditar o STF e fomentar a instabilidade institucional”, escreveu Lindbergh Farias.

Decisão de Moraes

Na decisão, o ministro Alexandre Moraes disse que Bolsonaro descumpriu medidas cautelares impostas a ele, como a de utilizar redes sociais por meio de terceiros. O motivo foi uma publicação, feita pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que mostra o ex-presidente falando a apoiadores que foram às ruas no domingo (3).
“O flagrante desrespeito às medidas cautelares foi tão óbvio que, repita-se, o próprio filho do réu, o senador Flávio Nantes Bolsonaro, decidiu remover a postagem realizada em seu perfil, na rede social Instagram, com a finalidade de omitir a transgressão legal”, escreveu o ministro.
O magistrado relembrou que o ex-presidente já havia descumprido a decisão em 21 de julho, quando falou com jornalistas na Câmara dos Deputados. Nos dias seguintes, o ministro se manifestou sobre o descumprimento. Decidiu não punir Bolsonaro, mas prometeu que um novo descumprimento ensejaria prisão imediata.
 
“Conforme tenho afirmado reiteradamente, a Justiça é cega, mas não é tola. A Justiça não permitirá que um réu a faça de tola, achando que ficará impune por ter poder político e econômico. A Justiça é igual para todos. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares — pela segunda vez — deve sofrer as consequências legais”, pontuou Moraes.
 
 

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postado em 04/08/2025 20:25
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