Brasil Soberano

Brasil está sendo sancionado por ser mais democrático que seu agressor, diz Haddad

O ministro da Fazenda afirmou, durante anúncio de MP que institui Plano Brasil Soberano, que a ação dos EUA é uma "retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico"

"Vamos superar a dificuldade que é imposta de fora para dentro, infelizmente, com o apoio de alguns setores radicalizados da sociedade brasileira", comentou o chefe da Fazenda - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar a ação dos Estados Unidos de taxar centenas de produtos brasileiros em 50%. Durante o anúncio da medida provisória que institui o Plano Brasil Soberano, que prevê compensações para as empresas mais afetadas com o tarifaço, o titular da pasta disse que o país vive uma “situação muito inusitada”.

“O Brasil é um país que está sendo sancionado por ser mais democrático que o seu agressor. É uma situação inédita e muito incomum no mundo um país que não persegue adversários, imprensa, escritórios de advocacia, universidades e imigrantes, e está sujeito a uma retaliação injustificável do ponto de vista político e econômico”, disse o ministro.

Haddad ainda comentou que vai tentar reverter a situação e voltou a criticar a atuação de setores aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que estariam incentivando a adoção do tarifaço contra o país. “Vamos enfrentar, como já enfrentamos várias situações difíceis no país, e vamos superar a dificuldade que é imposta de fora para dentro, infelizmente, com o apoio de alguns setores radicalizados da sociedade brasileira”, acrescentou. 

O Plano Brasil Soberano, divulgado hoje está baseado em três pilares, de acordo com o governo federal: fortalecimento do setor produtivo, com a abertura de uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas; proteção dos trabalhadores, com a instalação da Câmara Nacional de Acompanhamento do Emprego; e diplomacia comercial e multilateralismo, com a abertura de novos mercados, a exemplo de União Europeia e EFTA.

O ministro destacou que a reforma tributária — aprovada em 2023 e regulamentada no ano passado — também vai beneficiar os exportadores. “Muitas das medidas que estão sendo tomadas aqui vão ter fôlego até 2027, porque a reforma tributária, ao entrar em vigor, já vai destravar muitas exportações que se tornam, pelo nosso sistema tributário caótico, impossíveis de serem realizadas”, acrescentou Haddad. 

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postado em 13/08/2025 15:09
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