
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) solicitou à Embaixada dos Estados Unidos em Brasília um novo visto de entrada para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O documento é necessário para que Padilha participe da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e de reunião da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), que ocorrem na cidade de Nova York, em setembro. Ele foi oficialmente convidado para os encontros.
O pedido foi realizado dias após a esposa e a filha de 10 anos do ministro terem seus vistos cancelados pelo governo norte-americano — Padilha só não foi atingido porque sua autorização está vencida desde o final de 2024.
A gestão de Donald Trump, em nova sanção contra autoridades brasileiras, suspendeu os vistos de servidores que trabalharam na criação do programa Mais Médicos, lançado em 2013, que trouxe médicos de Cuba para suprir a falta de profissionais em regiões remotas. Foram atingidos também Mozart Sales e Alberto Kleiman, que eram diretores do Ministério da Saúde quando o programa foi lançado
Interlocutores da Saúde confirmaram ao Correio que o pedido já foi feito pelo Itamaraty, mas que se trata de um procedimento comum quando autoridades convidadas para eventos internacionais estão com os vistos vencidos.
Em teoria, os Estados Unidos não podem negar a emissão de vistos para autoridades estrangeiras que vão participar de eventos na sede das Nações Unidas, em Nova York. A Opas também faz parte da organização.
Participação não é certeza
Segundo a Seção 3 do Acordo de Sede, o governo norte-americano deve conceder vistos “sem custo e o mais rapidamente possível” quando for necessário para a participação de autoridades dos países-membros em eventos da ONU. Há a possibilidade, porém, da emissão de um visto temporário que só permita a participação na assembleia.
Em café da manhã com jornalistas na terça-feira (19/8), Padilha foi questionado sobre o tema, e citou o acordo internacional que garantiria sua viagem. Porém, não decidiu se vai participar dos eventos. “Ainda não tenho certeza se vou por questões internas, por conta de compromissos com o Congresso e com as implementações de ações no Brasil”, sustentou o ministro.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Política
Política