CPMI DO INSS

Vitória da oposição em CPMI foi articulada "ao longo da noite", diz líder do PL

Parlamentares da oposição comemoram eleição de Carlos Viana para a presidência e de Alfredo Gaspar para a relatoria da CPMI do INSS

Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, comemorou a vitória da oposição na CPMI do INSS -  (crédito: Foto: WAL LIMA)
Líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, comemorou a vitória da oposição na CPMI do INSS - (crédito: Foto: WAL LIMA)

Na Câmara dos Deputados, o líder do Partido Liberal, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a eleição do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da CPMI do INSS, e a indicação do deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) para a relatoria, foi fruto de um trabalho iniciado na noite de terça-feira (20/8).

“Fui chamado para uma reunião no anexo às 20h30 e, por volta das 21h15, surgiu a ideia de contarmos os votos. Vimos que havia chance de vitória com a composição que tínhamos, junto com algumas articulações feitas ao longo da noite e da madrugada. Trabalhamos até muito tarde, e o resultado veio coroar a oposição — como já deveria ter acontecido desde o início”, disse Sóstenes, ao comemorar o feito.

O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), autor do requerimento da CPI na Câmara, também avaliou como positiva a escolha. Para ele, a nova configuração da comissão permitirá maior liberdade para a oposição. “A minha posição é que vamos ter mais tranquilidade de apresentar os requerimentos de convocação ou outros documentos que sejam aprovados de forma tranquila, porque temos um presidente que, mesmo não sendo da oposição, tem um posicionamento mais equilibrado. Se tivéssemos um presidente da esquerda, ele não iria aceitar os nossos argumentos, ia inviabilizar nosso trabalho de mostrar para o Brasil as fissuras existentes nesse governo.”

Na mesma linha, o deputado Domingos Sávio (PL-MG), vice-líder da oposição na Câmara, classificou a eleição como uma vitória não apenas da oposição, mas do país. “O Brasil inteiro se sentiu indignado com o roubo cometido por sindicatos, associações, grupos ligados ao governo do PT, roubando dos aposentados. E o que o governo estava tramando? Colocar como presidente da CPMI um líder governista, contrário à investigação. Nós conseguimos o apoio da maioria e elegemos o senador Carlos Viana para presidir e o deputado Alfredo Gaspar para relatar — um homem experiente, ex-promotor público, ex-secretário de Segurança, de integridade respeitada. Eles vão garantir que os trabalhos não virem pizza.”

O deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) foi ainda mais enfático, chamando o resultado de “vitória homérica”. “Acredito que, pela primeira vez, tivemos duas indicações, tanto do presidente do Senado quanto da Câmara, sendo rejeitadas pela CPMI. Foi isso que aconteceu. O governo tentou asfixiar as investigações, mas com uma manobra silenciosa e inteligente, conseguimos assumir o controle para que a CPMI cumpra seu verdadeiro propósito: investigar. Hoje foi um dia histórico. Tenho certeza de que o dinheiro desviado vai aparecer e de que grandes nomes, ligados a este governo, vão parar na cadeia.”

“Desarticulação”

Para o deputado Alberto Fraga (PL-DF), o placar de 17 a 14 expôs a desarticulação do governo. “O governo trabalhou muito para impedir a instalação da CPMI e só concordou quando achou que conseguiria controlar a maioria dos membros. Escolheu o presidente, que seria o senador Omar Aziz, e o relator indicado por Hugo Motta. Mas, por meio de uma articulação bem feita pelo PL, conseguimos uma vitória acachapante contra o governo Lula.”

Fraga reforçou ainda a confiança no relator Alfredo Gaspar. “Ele é altamente qualificado: foi secretário de Segurança Pública, promotor de Justiça, é um homem equilibrado e voltado para o trabalho. Tenho certeza de que vai trazer resultados concretos — e não aqueles que acabam em pizza —, mas resultados que realmente vão colocar muita gente na cadeia.”

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Por Wal Lima
postado em 20/08/2025 18:16
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