
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), lançou um alerta sobre o risco de novos motins no plenário da Casa durante o período de 2 a 12 de setembro, quando está previsto o julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF). Para o parlamentar, os episódios de tumulto que marcaram o Congresso não foram fruto de insatisfação espontânea, mas resultado de uma ação política coordenada pela família Bolsonaro.
“Não tenho dúvidas de que foram Jair e Eduardo Bolsonaro que deram a ordem para o motim que aconteceu aqui. Aquilo não foi espontâneo, foi organizado, articulado e comandado por eles”, afirmou o petista em entrevista coletiva.
Segundo Lindbergh, a forma como os grupos agem é estruturada, com organização hierárquica e canais próprios de comunicação. “Eles organizam tudo em grupos fechados de mensagens, com disciplina e hierarquia. Não é um bando desorganizado, é um comando político”, destacou.
Pressão sobre a Câmara
O líder do PT disse ter levado suas preocupações diretamente ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Apesar do alerta, Lindbergh criticou a ausência de medidas preventivas até agora. “O presidente da Câmara foi avisado sobre os riscos. Mas até o momento não há nenhum plano especial de segurança anunciado para o período do julgamento. Isso nos deixa vulneráveis e pode gerar uma nova paralisia do plenário”, apontou.
Para o petista, o papel da Mesa Diretora será decisivo nos próximos dias. “É preciso entender que não se trata apenas de tumultos pontuais, mas de um projeto político que tenta desestabilizar as instituições. A Câmara não pode se omitir”, alertou.
Risco calculado
Na avaliação de Lindbergh, a movimentação deve se intensificar conforme se aproximam as datas do julgamento do ex-presidente no Supremo. “Não descarto que tentem novamente entre 2 e 12 de setembro. Eles querem criar uma narrativa de perseguição, tumultuar e, se possível, inviabilizar o funcionamento do Parlamento”, disse.
Apesar da gravidade da situação, ainda não há definição de um esquema emergencial de segurança para evitar novos episódios. A expectativa é que a discussão ganhe força na reunião de líderes partidários prevista para a próxima semana.
A assessoria de comunicação do presidente Hugo Motta foi acionada para explicações sobre a segurança no parlamento durante o julgamento de Bolsonaro e o espaço segue aberto para manifestações.
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