Prerrogativas Parlamentares

PL recua e PEC da Blindagem perde força na Câmara

Líder Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) disse que não se sacrificará para beneficiar grupo de parlamentares que é contra a medida; Isnaldo Bulhões (MDB-AL) também marcou posição contra a medida

Líderes Sóstenes Cavalcante (esq.) e Isnaldo Bulhões (dir.) querem priorizar outras pautas na Casa Baixa -  (crédito: Kayo Magalhães e Bruno Spada/Câmara)
Líderes Sóstenes Cavalcante (esq.) e Isnaldo Bulhões (dir.) querem priorizar outras pautas na Casa Baixa - (crédito: Kayo Magalhães e Bruno Spada/Câmara)

A negociação intensa na quarta-feira (27/8) em torno da proposta de emenda à Constituição (PEC) das prerrogativas — a PEC da Blindagem — não resolveu o impasse em torno do texto e hoje (28) um dos principais líderes partidários da Câmara anunciou um recuo no apoio à proposta: Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) que comanda 87 deputados.

Além dele, o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), também sinalizou ontem que não apoiaria o texto, seguindo o posicionamento do presidente da sigla, Baleia Rossi (MDB-SP), também deputado.

Sóstenes e a bancada do PL defendiam publicamente a aprovação da proposta até ontem. Alguns deputados do partido chegaram a dizer que a aprovação do texto era importante porque pavimentaria o caminho para a anistia aos golpistas do 8 de janeiro.

Nesta quinta, no entanto, o parlamentar disse que o partido deixará de ser um protagonista nas articulações pela proposta. “Se algum outro partido quiser (levar o tema adiante), nós vamos ser coadjuvantes, não seremos mais protagonistas nessa PEC”, disse o líder em entrevista à GloboNews.

O motivo é a falta de apoio de outros líderes à proposta. Para Sóstenes, a proposta beneficiaria todos os parlamentares da Câmara e do Senado. Por isso, não faria sentido apenas o PL trabalhar por um consenso se parte dos colegas é contra o texto.

“Eu acho que alguns partidos e alguns colegas — porque isso é um benefício para todos os 513 deputados e para os senadores — preferem se acovardar”, disse.

“Eu não vou ficar querendo ajudar 513 e 81 quando dentro desses tem gente que acha que fortalecer prerrogativa é um desserviço. Eu não vou ficar me sacrificando em detrimento de alguns que não querem”, completou o líder partidário.

Sem acordo

A expectativa era de que a PEC fosse votada na quarta-feira, segundo o que foi definido em uma reunião de líderes na terça-feira (26). O combinado era que o relator, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), entregasse seu parecer ainda na manhã de ontem.

As negociações, no entanto, duraram o dia inteiro. À noite, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-MG), reuniu líderes na Residência Oficial da Casa para tentar bater o martelo sobre o tema e votar a PEC.

Com a falta de acordo sobre o assunto, Lafayette de Andrada voltou a Minas Gerais, onde deve passar o fim de semana, segundo apurou o Correio. Só retornará às negociações em Brasília na próxima semana.

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postado em 28/08/2025 17:23 / atualizado em 29/08/2025 12:24
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