CONGRESSO NACIONAL

CPMI do INSS: Randolfe defende investigações e rebate oposição

Líder do governo no Senado afirma que esquema de fraudes contra aposentados começou antes de 2023 e foi desbaratado na atual gestão

O senador afirmou que o esquema não começou na gestão de Lula, mas foi descoberto durante o atual governo -  (crédito: Reprodução)
O senador afirmou que o esquema não começou na gestão de Lula, mas foi descoberto durante o atual governo - (crédito: Reprodução)

Após o primeiro dia de depoimentos na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes contra aposentados e pensionistas do INSS, o líder do governo no Senado, Randolfe Rodrigues (PT-AP), concedeu coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (28/8). O parlamentar defendeu a condução dos trabalhos e reforçou que as investigações só avançaram porque, segundo ele, o atual governo deu respaldo à Polícia Federal e à Defensoria Pública da União.

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Randolfe destacou o depoimento da defensora pública Patrícia, que classificou como “esclarecedor” ao apontar falhas na proteção de dados pessoais desde 2019. O senador afirmou que o esquema não começou na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva, mas foi descoberto e desbaratado durante o atual governo. Ele também atribuiu a proliferação das fraudes a vetos e medidas provisórias assinadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

“Se em 2019 não tivesse havido veto a dispositivos que restringiam o uso de dados dos beneficiários do INSS, esse esquema não teria alcançado tais proporções. O que se fez na época foi abrir espaço para os criminosos”, declarou. O líder do governo ainda lembrou que, após a operação da PF em maio de 2025, o INSS suspendeu imediatamente os descontos associativos, medida que, segundo ele, poderia ter evitado perdas aos segurados se tivesse sido adotada anos antes.

Questionado sobre o cronograma da CPMI, Randolfe disse que a comissão pretende ouvir dirigentes de associações, ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS de diferentes períodos. “Há diretores que atravessaram governos distintos e não tomaram medidas para suspender as fraudes. Precisamos entender por quê”, afirmou. Ele defendeu também que o relator aprofunde apurações sobre o financiamento de campanhas eleitorais com recursos ligados às entidades investigadas.

O senador rechaçou críticas da oposição e negou que o governo tema investigações. “Nesse governo a Polícia Federal e o Ministério Público atuam de forma independente. Não vamos transformar a comissão em palanque eleitoral. A oposição busca um fio de cabelo para se desresponsabilizar. Nós queremos mostrar a cabeleira toda”, disse Randolfe, ao encerrar a entrevista.

 

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postado em 28/08/2025 19:41
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