O líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), classificou como um “erro grave” a derrota do Planalto na eleição do comando da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai apurar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A escolha, ocorrida na quarta-feira (20/8), surpreendeu o Executivo, que esperava ver seus aliados no comando do colegiado.
A articulação previa que o senador Omar Aziz (PSD-AM), indicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), assumisse a presidência, enquanto a relatoria ficaria com o deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), nome apoiado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). No entanto, a base governista foi derrotada: Aziz perdeu por 17 votos a 14 para Carlos Viana (Podemos-MG), candidato apoiado pela oposição, que em seguida escolheu como relator o deputado Alfredo Gaspar (União-AL), também ligado à oposição.
Guimarães admitiu falha na condução política. “Eu acho que faltou articulação do governo. Nós engolimos mosca. Também não é o fim do mundo”, disse, após reunião de líderes no Colégio de Líderes da Câmara. O parlamentar, no entanto, procurou minimizar os efeitos da derrota. “A oposição vai terminar dando um tiro no pé”, apontou.
O líder governista comparou a atual situação com outras comissões das quais participou. Ele lembrou que, em experiências anteriores, como na CPMI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e na do 8 de janeiro, o governo atuava de forma constante, acompanhando os trabalhos “24 horas por dia”. Para Guimarães, esse nível de mobilização será necessário também no caso da CPMI do INSS.
Mais tarde, o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, também assumiu responsabilidade pela derrota. Ele reconheceu que houve subestimação da capacidade de articulação da oposição, sobretudo de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Assumo minha culpa. Acreditamos que a disputa estava garantida, mas a direita mostrou força”, declarou.
Randolfe avaliou que a eleição do comando da CPMI foi apenas “uma partida de um campeonato” e adiantou que o governo pretende reforçar sua presença no colegiado. O senador destacou que o objetivo agora é consolidar a lealdade dos membros indicados pela base aliada para evitar novos reveses ao longo da investigação.
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