
A defesa do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres apresentou, nesta terça-feira (2/9), os argumentos no julgamento sobre a trama golpista que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Eumar Novacki afirmou que não há provas de que o cliente tenha participado de uma conspiração para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Segundo o defensor, Torres não agiu com omissão deliberada ao deixar Brasília em viagem aos Estados Unidos durante os atos de 8 de janeiro de 2023. “Toda narrativa do Ministério Público Federal parte da premissa de que ele teria conspirado, participado de uma macabra trama golpista e se ausentado do DF de forma proposital. Mas isso não é a verdade”, disse Novacki. O jurista ressaltou ainda que a viagem estava programada e era de conhecimento do governador do DF, Ibaneis Rocha.
O advogado contestou a alegação da Procuradoria-Geral da República (PGR) de que o bilhete de passagem apresentado por Torres seria falso. De acordo com Novacki, a acusação de forjamento de prova, feita pelo MP, é “gravíssima” e carece de fundamento. Ele reforçou que a reserva foi feita com antecedência e em caráter oficial.
Outro ponto abordado foi a chamada “minuta golpista”, encontrada na casa de Torres. O defensor sustentou que o documento não é o mesmo identificado em celulares de militares investigados e que já circulava na internet desde dezembro de 2022. A defesa chegou a solicitar ao STF a identificação da autoria da postagem original, mas o rastreamento não foi concluído.
Testemunhas ouvidas no processo também foram citadas. O general Freire Gomes, o brigadeiro Baptista Júnior e o tenente-coronel Mauro Cid negaram a participação de Torres em reuniões sobre medidas como a decretação de estado de sítio. Além disso, representantes da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal afirmaram que não houve solicitação de interferência no policiamento durante o período eleitoral por parte do então ministro.
A defesa destacou uma perícia autorizada pelo STF em uma live atribuída a Torres. A PGR sustentava que o ex-ministro teria disseminado desinformação sobre o sistema eleitoral. Contudo, o laudo não identificou fake news no conteúdo analisado. Para Novacki, as acusações carecem de base e devem ser afastadas pela Corte.
Assista a transmissão do julgamento
Política
Política
Política