
O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado, afirmou, nesta quarta-feira (3/9), que não teve tempo hábil para analisar os dados da investigação da Polícia Federal e da denúncia Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-chefe do Planalto. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta manhã o julgamento do núcleo 1 da trama golpista.
Vilardi disse que recebeu 70 terabytes de dados. "Nós não tivemos o tempo que a Polícia Federal e o Ministério Público tiveram [para analisar as provas]. São bilhões de documentos. Eu não conheço a íntegra desse processo", declarou.
Segundo ele, após o período de instrução penal, a defesa foi notificada que houve uma falha no arquivo do general Mário Fernandes. Por isso, não conseguiu acessá-lo. Ele questionou o acesso a provas.
"Desde o primeiro momento, tenho pedido as provas que estão no processo. Eu não nego as provas eleitas pela Polícia Federal e pela denúncia foram colocadas nos autos e estão à disposição desta e de todas as defesas. Mas que provas são essas? São recortes de conversas de WhatsApp, são documentos como um papel, uma agenda, que foram localizados em computadores. São dezenas de computadores, de celulares. São milhares de documentos apreendidos", afirmou.
"Temos um conjunto de provas apreendidas que ficou à disposição por anos da Polícia Federal, que tem um sistema para fazer pesquisa e meios técnicos para buscar por conversa, por palavra, por tema”, declarou o advogado.
Núcleo 1
O STF iniciou, ontem, o julgamento histórico de Jair Bolsonaro e de outros sete aliados por tentativa de golpe de Estado. Essa é a primeira vez que um ex-presidente senta no banco dos réus da Corte por crimes contra a democracia.
Os envolvidos fazem parte do núcleo “crucial” na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e seria o responsável por desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.
Além de Bolsonaro, são réus na ação penal os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira, além de Anderson Torres; do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); do ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e do tenente-coronel Mauro Cid. Esse é considerado o grupo principal do plano criminoso.
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