Trama golpista

Líder do PL diz que Motta vai pautar anistia após julgamento de Bolsonaro

Após reunião com presidente da Câmara, Sóstenes Cavalcante afirmou que Motta deixou claro que vai pautar a anistia para os condenados pelos atos golpistas

O líder do PL relatou ainda que o presidente da Câmara pediu que ele retorne na segunda-feira (8/9) para uma nova rodada de conversas com líderes de partidos de centro -  (crédito: Danandra Rocha)
O líder do PL relatou ainda que o presidente da Câmara pediu que ele retorne na segunda-feira (8/9) para uma nova rodada de conversas com líderes de partidos de centro - (crédito: Danandra Rocha)

Na noite desta quinta-feira (4/9), após reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), deu uma entrevista coletiva na residência oficial da Casa. O parlamentar relatou o teor da conversa e afirmou estar convencido de que a anistia aos réus do 8 de Janeiro será pautada no plenário, ainda que sem prazo definido.

O deputado reforçou que a oposição não aceitará um texto que deixe de fora o ex-presidente Jair Bolsonaro. “Para nós, não interessa uma proposta que não inclua o presidente", disse. "Essa é uma linha que não vamos ceder de início. O sonho é aprovar um texto que garanta inclusive a elegibilidade dele, embora saibamos que essa questão pode ser resolvida futuramente no TSE”, afirmou.

Segundo Sóstenes, Motta não apresentou cronograma para a tramitação, mas reiterou o compromisso de levar a proposta à votação. “Ele não me deu nenhum cronograma, mas deixou claro que vai pautar. O que sabemos é que não será na próxima semana, porque será dedicada a votações remotas e consensuais. Portanto, a anistia ficará para outro momento”, disse.

O líder do PL relatou ainda que o presidente da Câmara pediu que ele retorne na segunda-feira (8/9) para uma nova rodada de conversas com líderes de partidos de centro, como União Brasil, PSD e Republicanos. O objetivo é mapear votos e definir o perfil do relator da proposta. Sóstenes afirmou já estar preparado um levantamento preliminar e voltou a apostar em mais de 300 votos favoráveis.

Bolsonaro no centro do debate

Sóstenes também criticou pressões externas sobre o Congresso. Sem citar nomes, disse que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) têm atuado de forma “antirrepublicana” ao tentar influenciar a pauta legislativa. “Cabe ao Parlamento decidir. Não é papel do Judiciário pressionar”, declarou.

Relação com o Senado

O líder do PL afirmou ainda não acreditar que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), consiga segurar a tramitação da proposta, caso ela chegue à outra Casa. Ele reagiu a articulações que apontam para um texto alternativo, que reduziria penas, mas excluiria Bolsonaro do alcance da anistia. “O presidente do Senado não deve se meter no texto. Texto é papel do relator, e cabe ao plenário decidir”, disse.

Próximos passos

De acordo com Sóstenes, a próxima semana será dedicada a conversas internas. Ele disse que os partidos de centro devem ser os principais cotados para indicar o relator da matéria. “Não falamos de nomes ainda, mas sim de partidos. União Brasil, Progressistas, Republicanos e PSD são legendas possíveis”, afirmou.

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Embora evite fixar datas, o líder do PL avaliou que a pressão política deve aumentar após o julgamento de Bolsonaro no Supremo. “O compromisso de pautar existe desde fevereiro. Agora, estamos nos finalmentes. O plenário será soberano: se tiver votos, aprova; se não, rejeita”, concluiu.

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postado em 04/09/2025 22:01
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