
Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda se reuniram na manhã deste domingo (7/9), no Centro de São Paulo, em um ato contra a anistia a golpistas e em defesa da soberania nacional. A manifestação ocorreu na Praça da República e foi marcada por críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.
Apesar da predominância da cor vermelha, muitos participantes vestiam camisetas amarelas e da seleção brasileira. Uma bandeira gigante do Brasil foi estendida no ato, que também contou com um boneco inflável de Bolsonaro caracterizado como presidiário. Os organizadores ressaltaram que a mobilização foi pensada como resposta às manifestações convocadas por apoiadores do ex-presidente, realizadas no mesmo dia na Avenida Paulista.
O evento contou com a participação dos ministros Alexandre Padilha (Saúde) e Luiz Marinho (Trabalho), além do presidente nacional do PT, Edinho Silva, e dos deputados federais Guilherme Boulos e Érika Hilton (PSOL-SP). No auge, por volta das 11h, o ato reuniu cerca de 8,8 mil pessoas, segundo estimativas do Monitor do Debate Político do Cebrap/USP e da ONG More in Common.
A defesa da soberania nacional foi o eixo central das falas, impulsionada pela decisão do governo dos Estados Unidos de impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Manifestantes levaram faixas pedindo a condenação de Bolsonaro e se posicionaram contra qualquer possibilidade de anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023.
O presidente estadual do PT, deputado Kiko Celeguim, criticou diretamente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por apoiar a anistia. “Essa proposta não interessa ao país, mas a um pequeno grupo. Como pode o governador do estado mais rico interromper a agenda de trabalho para articular uma pauta que confronta a Constituição?”, afirmou. O deputado estadual Antônio Donato (PT) e a vereadora Silvia (PSOL), da Bancada Feminista, também discursaram. Donato classificou Bolsonaro e Tarcísio como “traidores da pátria”, enquanto Silvia chamou seus aliados de “capachos de Trump”.
Além do embate político, outras reivindicações marcaram a pauta da mobilização, como a taxação dos mais ricos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a redução da jornada de trabalho sem corte de salários. Segundo os movimentos, essas propostas vêm sendo articuladas desde o início do ano como parte de uma agenda de fortalecimento dos direitos sociais.
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