
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (9/9) que os países amazônicos não precisam de intervenção estrangeira para combater o crime organizado, em resposta às ações dos Estados Unidos na costa da região.
A fala ocorreu durante inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) em Manaus, capital do Amazonas. Também esteve presente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.
“É a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem, no mesmo espaço físico, em torno de um objetivo comum”, discursou Lula durante a cerimônia.
“Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções”, acrescentou.
O Centro reúne forças policiais dos nove países que possuem a floresta amazônica em seus territórios, com o objetivo de combater o tráfico de drogas, garimpo ilegal, desmatamento e outras atividades criminosas na região, que muitas vezes extrapolam as fronteiras.
Segundo Lula, o Centro terá como objetivo principal coordenar ações de inteligência, com uso de tecnologia de ponta.
A declaração ocorre em resposta a uma operação militar dos Estados Unidos no mar caribenho, especialmente próximo à costa da Venezuela. Segundo o presidente americano, Donald Trump, o objetivo da ação, que usa navios de guerra, é impedir a chegada de narcotraficantes aos Estados Unidos.
Há uma preocupação, porém, que o ato leve a ações militares contra a Venezuela, desencadeando uma guerra e colocando em risco a estabilidade da América do Sul.
Petro também critica ação dos EUA
Durante a cerimônia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também defendeu a soberania da região e criticou as ações dos Estados Unidos. Em sua fala, ele citou o ataque com bombas pelos americanos contra uma lancha que, supostamente, levava drogas ao território estadunidense.
“A América Latina é a dona do Caribe, e ela vai ter que suportar isso e ficar calada? Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro, Bogotá e outras cidades. Então nós vamos ficar calados agora e ver essas bombas matando as nossas crianças, ou nós vamos parar e nos unir?”, questionou Petro.
O colombiano também repudiou qualquer tentativa de ação militar contra a Venezuela, e disse que a Colômbia não auxiliará de nenhuma forma tropas estrangeiras caso isso ocorra.
Política
Política