Manaus

Não precisamos de intervenção estrangeira para combater crime, diz Lula

Presidente lançou nesta terça (9/9) o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, que reúne forças policiais de nove países para combater o crime organizado

Centro reúne forças policiais dos países amazônicos para coordenar ações de combate ao tráfico de drogas, garimpo ilegal, desmatamento e outras atividades criminosas na região. -  (crédito:  Ricardo Stuckert/PR)
Centro reúne forças policiais dos países amazônicos para coordenar ações de combate ao tráfico de drogas, garimpo ilegal, desmatamento e outras atividades criminosas na região. - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta terça-feira (9/9) que os países amazônicos não precisam de intervenção estrangeira para combater o crime organizado, em resposta às ações dos Estados Unidos na costa da região.

A fala ocorreu durante inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) em Manaus, capital do Amazonas. Também esteve presente o presidente da Colômbia, Gustavo Petro.

“É a primeira vez na história da Amazônia que tantos atores se reúnem, no mesmo espaço físico, em torno de um objetivo comum”, discursou Lula durante a cerimônia.

“Não precisamos de intervenções estrangeiras, nem de ameaças à nossa soberania. Somos perfeitamente capazes de ser protagonistas das nossas próprias soluções”, acrescentou.

O Centro reúne forças policiais dos nove países que possuem a floresta  amazônica em seus territórios, com o objetivo de combater o tráfico de drogas, garimpo ilegal, desmatamento e outras atividades  criminosas na região, que muitas vezes extrapolam as fronteiras.

Segundo Lula, o Centro terá como objetivo principal coordenar ações de inteligência, com uso de tecnologia de ponta.

A declaração ocorre em resposta a uma operação militar dos Estados Unidos no mar caribenho, especialmente próximo à costa da Venezuela. Segundo o presidente americano, Donald Trump, o objetivo da ação, que usa navios de guerra, é impedir a chegada de narcotraficantes aos Estados Unidos. 

Há uma preocupação, porém, que o ato leve a ações militares contra a Venezuela, desencadeando uma guerra e colocando em risco a estabilidade da América do Sul.

Petro também critica ação dos EUA 

Durante a cerimônia, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também defendeu a soberania da região e criticou as ações dos Estados Unidos. Em sua fala, ele citou o ataque com bombas pelos americanos contra uma lancha que, supostamente, levava drogas ao território estadunidense.

“A América Latina é a dona do Caribe,  e ela vai ter que suportar isso e ficar calada? Podem cair bombas em Manaus, Rio de Janeiro,  Bogotá e outras cidades. Então nós vamos ficar calados agora e ver essas bombas matando as nossas crianças, ou nós vamos parar  e nos unir?”, questionou Petro.

O colombiano também repudiou qualquer tentativa de ação militar contra a Venezuela, e disse que a Colômbia não auxiliará de nenhuma forma tropas estrangeiras caso isso ocorra.

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postado em 09/09/2025 15:59
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