
O deputado Sargento Fahur (PL-PR) afirmou nesta terça-feira (9/9) que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), enfrenta pressões para não pautar o projeto de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Segundo ele, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e integrantes do Executivo atuam para impedir a tramitação do texto, enquanto a oposição insiste em colocar o assunto em pauta.
“Ele recebe pressões dos ministros do STF, que ligam dizendo que não é para pautar, sob ameaça de derrubar depois. […] Ao mesmo tempo, também sofre pressão da direita. Temos que deixar o presidente da Câmara respirar e ver que isso é bom para o Brasil, é o desejo do povo brasileiro”, disse Fahur.
O parlamentar reconheceu que há dificuldades para avançar com a proposta ainda neste ano, mas garantiu que o tema seguirá como prioridade da bancada de oposição. “Nós estamos trabalhando muito para essa pauta da anistia avançar, só que estamos enfrentando muitos obstáculos.”
“Temos obstáculos dentro da Câmara, no Senado e até a possibilidade de o STF considerar inconstitucional qualquer texto aprovado. Mas não vamos abaixar a cabeça”, acrescentou.
Apesar da pressão política, a reunião de líderes desta terça-feira não discutiu a anistia. Conduzido por Hugo Motta na residência oficial, o encontro definiu que a semana será dedicada a votações virtuais e a projetos considerados consensuais, como propostas voltadas à segurança pública e à regulamentação do trabalho de entregadores de aplicativo.
A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ), presente na reunião, confirmou que a anistia não entrou na pauta e destacou que a prioridade deve ser voltada a medidas de interesse direto da população, como a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda.
Enquanto o Supremo julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares acusados de tentativa de golpe, o tema da anistia permanece fora da pauta imediata da Câmara. Ainda assim, segue como uma das principais bandeiras da oposição para o segundo semestre, que tentará incluir o benefício ao ex-presidente — que, segundo o deputado Fahur, “já está condenado”.
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