CÚPULA GLOBAL

Embaixador cita "grandes desafios" após ausência dos EUA em cúpula de alimentação escolar

2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar acontece em Fortaleza e reúne delegações de 80 países

O Embaixador Ruy Pereira pontuou na 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar que o Brasil enviou 150 purificadores de água de tecnologia nacional que não necessitam de energia elétrica, porque são abastecidos por energia solar -  (crédito: Divulgação/ABC)
O Embaixador Ruy Pereira pontuou na 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar que o Brasil enviou 150 purificadores de água de tecnologia nacional que não necessitam de energia elétrica, porque são abastecidos por energia solar - (crédito: Divulgação/ABC)

Fortaleza (CE) – O embaixador Ruy Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), afirmou, nesta sexta-feira (19/9), que as operações internacionais para o desenvolvimento estão se modificando porque os "principais atores estão indo embora". A declaracão do embaixador foi dada ao Correio após ele ser questionado sobre a ausência dos Estados Unidos na 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, que acontece em Fortaleza (CE), até esta sexta-feira (19/9).

"Os tempos que temos hoje são de grandes desafios, porque vários dos mais importantes provedores de cooperação internacional para o desenvolvimento, que são os países do Norte, por diversas razões, estão se retirando", disse Ruy.

Brasil como referência em alimentação escolar 

O embaixador também destacou que a coalização, que inclui 108 governos-membros, é importante porque tem a capacidade de reunir nações, organismos internacionais, setor privado, fundações e outros agentes em torno de um objetivo: fazer com que todos os países, sem exceção, tenham programas nacionais de alimentação escolar.

"Para o Brasil é muito importante porque o país é reconhecido como uma referência internacional em programa nacional de alimentação escolar. Nosso programa tem 70 anos. Ele vem da metade do século XX e oferece 50 milhões de refeições diariamente a 40 milhões de crianças. O nosso programa tem um cardápio que é adaptado às peculiaridades regionais de onde a refeição é servida e tem uma preocupação especial com segmentos da população mais vulneráveis, os quilombolas, os indígenas e as mulheres", citou Ruy.

Genocídio palestino

O embaixador comentou, ainda, a situação da Palestina e disse que o Brasil busca ajudar no que é "possível". "É reconhecido internacionalmente, inclusive por um informe relatório recente das Nações Unidas, que o que está acontecendo na Palestina é verdadeiramente um genocídio", frisou.

Ruy também pontuou que o Brasil enviou 150 purificadores de água de tecnologia nacional que não necessitam de energia elétrica, porque são abastecidos por energia solar. No entanto, esses equipamentos ficaram retidos no Egito, em um depósito do Crescente Vermelho, que é a correspondente no mundo islâmico da Cruz Vermelha, à espera de autorização do governo israelense para cruzar a fronteira e entrar na Palestina. "O governo israelense diz que a tecnologia que está embutida nos purificadores é de uso dual, ou seja, ela pode ser usada para fins bélicos e não autoriza, portanto, a entrada dos purificadores", afirmou Ruy.

Sobre a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar

Na quinta (18/9) e nesta sexta-feira (19/9), Fortaleza recebe a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar. O evento reúne ministros, autoridades governamentais e parceiros de mais de 80 países para debater avanços, trocar experiências e firmar compromissos em torno da oferta de refeições saudáveis e nutritivas para estudantes em todo o mundo.

O evento é realizado pelo Governo do Brasil, por meio do Ministério da Educação, em parceria com o Secretariado da Coalizão para a Alimentação Escolar, sediado pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA) da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Brasil é referência mundial com o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). Essa política garante refeições diárias a quase 40 milhões de estudantes em 150 mil escolas, somando 50 milhões de refeições por dia, um investimento anual de R$ 5,5 bilhões.

O governo federal destaca que o Pnae contribuiu para a saída do Brasil do Mapa da Fome, aliado a outras políticas públicas de combate à insegurança alimentar e promoção da cidadania. Além disso, o Brasil se destaca pela experiência em cooperação técnica internacional. O país já apoiou mais de 80 países, ao longo das últimas décadas, no fortalecimento de programas de alimentação escolar. O Brasil é copresidente da Coalizão, ao lado da França e da Finlândia. a saída do Brasil do Mapa da Fome, aliado a outras políticas públicas de combate à insegurança alimentar e promoção da cidadania. Além disso, o Brasil se destaca pela experiência em cooperação técnica internacional. O país já apoiou mais de 80 países, ao longo das últimas décadas, no fortalecimento de programas de alimentação escolar. O Brasil é copresidente da Coalizão, ao lado da França e da Finlândia.

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postado em 19/09/2025 13:41 / atualizado em 22/09/2025 07:09
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