Após a manifestação da defesa de Mauro Cid, os advogados do deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem (PL-RJ), se pronunciaram nesta terça-feira (2/9) no Supremo Tribunal Federal (STF). Acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de usar a agência para alimentar um plano golpista, Ramagem nega as acusações por meio de sua defesa.
Os advogados foram chamados em ordem alfabética, e a previsão é que apenas três ou quatro manifestações ocorram até o fim da sessão, marcada para as 19h.
O advogado Paulo Renato Garcia Cintra, que representa Ramagem, contestou a inclusão de provas no processo. Segundo ele, a PGR teria se equivocado ao citar que o então diretor da Abin possuía acesso ao sistema First Mile, ferramenta usada irregularmente pela agência. A acusação se basearia em um registro de 15 de maio de 2019.
“O Ministério Público Federal afirmou que Alexandre Ramagem não apenas teria ciência da utilização irregular dessa ferramenta pelo Serviço de Inteligência Brasileiro, como também tinha acesso ao sistema, citando esse log e a data desse log, 15 de maio de 2019. (…) Na verdade, esse registro era de acesso às dependências físicas da Abin”, argumentou Cintra.
A defesa também criticou o volume de documentos anexados pela PGR — mais de 1.100 páginas. Segundo Cintra, esse excesso teria levado a erros de análise.
“É evidente que um equívoco dessa natureza, em constante em uma peça subscrita pelo procurador-geral da República, decorre da falta de tempo para analisar aquele volume maciço de informações”, disse.
Diante disso, os advogados pediram que os elementos questionados não sejam considerados no julgamento. “As circunstâncias mencionadas naquele relatório não constavam da denúncia apresentada. Isso é um dado objetivo. E, por essa razão, a defesa pede que esses elementos não sejam analisados neste julgamento”, concluiu Cintra.
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