Congresso

Lindbergh recorre ao plenário contra decisão que arquivou processo de cassação de Eduardo

Líder do PT reuniu mais de 80 assinaturas de parlamentares para reverter decisão do Conselho de Ética a favor do filho de Jair Bolsonaro (PL); recurso ainda não tem data para ser votado

No documento protocolado, Lindbergh argumenta que o arquivamento
No documento protocolado, Lindbergh argumenta que o arquivamento "cria um precedente gravíssimo, legitimando atos de deslealdade constitucional e desrespeito às instituições" - (crédito: Marina Ramos/Câmara dos Deputados)

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), anunciou nesta quinta-feira (23/10) que apresentou um recurso ao plenário da Casa contra a decisão do Conselho de Ética que arquivou, por 11 votos a 7, o pedido de cassação do mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Segundo Lindbergh, o recurso já conta com mais de 80 assinaturas de parlamentares de diferentes partidos do campo democrático — número bem superior às 52 necessárias para que o tema seja levado ao plenário.

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“Não podemos aceitar que atos de traição à pátria e de afronta às instituições democráticas fiquem impunes”, afirmou o líder petista, em publicação nas redes sociais. Ainda não há prazo definido para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), paute o recurso para votação.

A representação contra Eduardo Bolsonaro, de autoria do PT, acusa o deputado de ter praticado condutas incompatíveis com o decoro parlamentar ao incentivar a desobediência de decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), atacar autoridades constituídas e pedir apoio político e econômico de governos estrangeiros contra o Brasil. Entre as ações apontadas, estão pedidos de revogação de vistos de autoridades, aplicação da Lei Magnitsky e imposição de sanções a agentes públicos brasileiros.

No documento protocolado, Lindbergh argumenta que o arquivamento “cria um precedente gravíssimo, legitimando atos de deslealdade constitucional e desrespeito às instituições”. Para o líder petista, reverter a decisão do colegiado é um “ato em defesa da própria Câmara e do Estado Democrático de Direito”.

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O recurso tem como base o artigo 14, §4º, inciso III, do Código de Ética e de Decoro Parlamentar, que permite ao plenário reexaminar decisões terminativas do Conselho de Ética. Caso seja acolhido, o processo contra Eduardo Bolsonaro poderá ser reaberto e voltar à análise dos deputados.

Veja a nota publicada pelo petista em sua conta no X:

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Por Wal Lima
postado em 23/10/2025 14:15 / atualizado em 23/10/2025 14:17
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