O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (24/10), que espera que o possível encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para domingo (26/10) na Malásia, resulte em bom entendimento para as duas nações. O líder brasileiro quer falar sobre as taxações aplicadas ao Brasil e sobre a Lei Magnitsky.
Lula adiantou que vai defender que as taxas impostas ao Brasil pelo governo norte-americano não têm explicação. “Tenho todo o interesse e disposição de mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero provar com números. A tese pela qual se taxou o Brasil não tem sustentação. Os Estados Unidos têm superávit de 410 bilhões de dólares em 15 anos com o Brasil”, disse Lula durante conversa com a imprensa na Indonésia.
“Estou convencido de que a gente pode avançar muito e voltar a uma relação civilizatória com os Estados Unidos, coisa que já temos há 201 anos. Nosso interesse é contribuir para que as coisas terminem da melhor forma possível: que ganhe o Brasil e que ganhe os Estados Unidos. Mas, sobretudo, que ganhe o povo brasileiro e o povo americano”, acrescentou.
O presidente ressaltou que não haverá tema que não possa ser discutido entre os dois países. “Não existe veto a nenhum assunto. Não tem assunto proibido para um país do tamanho do Brasil conversar com um país do tamanho dos Estados Unidos. Podemos discutir de Gaza à Ucrânia, de Rússia a Venezuela, materiais críticos, minerais, terras raras. Qualquer assunto”, frisou.
O chefe do Executivo também antecipou que pretende abordar as sanções contra autoridades brasileiras por razões políticas. “A tese de que não temos direitos humanos no Brasil não tem veracidade. Quem comete crime no Brasil é julgado e quem for considerado culpado é punido. Também quero discutir a punição dada a ministros brasileiros da Suprema Corte”, citou.
Lula concluiu ressaltando que espera que a reunião também possa resultar em uma mensagem positiva ao mundo. “Nós somos as duas maiores democracias do Ocidente. Temos que passar para a humanidade harmonia e não desavença. Temos que mostrar para a humanidade uma perspectiva objetiva na melhoria de vida dos povos que a gente representa”, finalizou.
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