A caminho do aeroporto de Kuala Lampur, na Malásia, para retornar ao Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desconversou sobre uma possível indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao cargo vago no Supremo Tribunal Federal (STF), após a saída antecipada de Luís Roberto Barroso.
"Deixa eu chegar ao Brasil primeiro", afirmou, em resposta a jornalistas. De acordo com o Planalto, o petista chegará ao Brasil na noite desta terça-feira (28/10).
No país asiático, Lula reuniu-se com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para buscar soluções ao tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros importados pelos norte-americanos. Após esse encontro, o chefe do Planalto afirmou estar confiante na resolução "rápida e equilibrada" nas disputadas comerciais entre os dois países.
Segundo Lula, negociadores dos dois países já receberam a missão de construir, nos próximos dias, as bases de um acordo que ponha fim às tarifas impostas por Washington sobre produtos brasileiros. "Ele (Trump) garantiu que vamos ter acordo, e acho que vai ser mais rápido do que muita gente pensa. Estou convencido de que, em poucos dias, teremos uma solução definitiva entre Estados Unidos e Brasil", ressaltou.
Escolha do ministro do STF
Ao chegar em Brasília, o presidente Lula terá missões como a indicação de um substituto à vaga de Luís Roberto Barroso, no STF, e a participação da posse do ministro Guilherme Boulos, que assumirá a Secretaria-Geral da Presidência da República, nesta quarta-feira (29).
Quanto à indicação para o STF, os nomes de Jorge Messias e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) ganham força nos bastidores. A decisão final, no entanto, causa dúvidas. De acordo com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, Lula estaria convicto na escolha do advogado-geral da União para a Suprema Corte.
"Pelo que eu sinto dele há uma convicção formada. Entendo que ele não tenha anunciado porque ainda faltam algumas conversas a serem feitas para azeitar as indicações. Ele deve voltar e confirmar a indicação”, afirmou Wagner, em declaração à imprensa, na semana passada.
Para que um nome indicado pelo chefe do Executivo ao STF seja concretizado, é preciso aprovação de, pelo menos, 41 senadores. Para o líder do PT na Câmara, deputado federal Lindbergh Farias, a escolha do substituto de Barroso será feita em diálogo com o Congresso.
“Ele [Lula] decidiu conversar mais com o Senado. Eu acho que o presidente tem habilidade suficiente para entender que, no momento em que ele envia a indicação, tem que ser um nome aprovado imediatamente pelo Senado e não criar uma situação que repita, por exemplo, o que aconteceu com o ministro André Mendonça. Eu acho que ele vai conduzir da melhor forma possível”, disse o petista, ao citar o substituto do ministro Marco Aurélio Mello.
À época, o Senado demorou quase cinco meses para votar e aprovar o nome indicado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).
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