Investigação

MPF pede informações sobre uso de recursos federais em operação no Rio 

Megaoperação autorizada pelo governador Cláudio Castro resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais. É considerada a mais letal da história

 EDITORS NOTE: Graphic content / People line up bodies on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP)
       -  (crédito:  AFP)
EDITORS NOTE: Graphic content / People line up bodies on Sao Lucas Square of the Vila Cruzeiro favela at the Penha complex in Rio de Janeiro, Brazil, on October 29, 2025, in the aftermath of Operacao Contencao (Operation Containment). Residents of a favela in Rio de Janeiro lined up more than 50 bodies at a plaza in their low-income neighborhood on Ocotber 29, a day after the bloodiest police operation in the city's history, AFP reported. (Photo by Pablo PORCIUNCULA / AFP) - (crédito: AFP)

O Ministério Público Federal (MPF) requisitou, nesta terça-feira (4/11), ao estado do Rio de Janeiro informações sobre o uso de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para a megaoperação contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas — a mais letal da história. O objetivo é esclarecer se houve uso de verbas federais na força-tarefa, que resultou em graves denúncias de violação de direitos humanos, com elevado número de mortes de moradores das comunidades e de quatro policiais. 

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A solicitação foi assinada pelo procurador da República Eduardo Benones no âmbito de procedimento do órgão em curso desde abril, que fiscaliza os repasses e a aplicação dos recursos do fundo pelo Rio de Janeiro. 

A apuração visa atender determinações do Supremo Tribunal Federal (STF) na ADPF das Favelas. Por decisão da Corte, cabe ao MPF a tarefa de acompanhar a destinação das verbas federais voltadas à segurança pública no estado, em especial às destinadas a políticas de redução da letalidade policial.

No despacho, Benones lembra que a megaoperação resultou em um número elevado de mortes, além de relatos de uso excessivo da força, mutilações e execuções sumárias. O documento enfatiza que, caso confirmadas as informações, o episódio poderá configurar grave violação de direitos humanos, inclusive, com risco de responsabilização internacional do Estado brasileiro.

Para o Comitê Gestor do FNSP, o Ministério Público Federal solicitou informações sobre o acompanhamento e a fiscalização da aplicação das verbas federais pelo Rio. O órgão deverá esclarecer se a execução dos recursos observou as finalidades previstas em lei. 

O MPF também pediu informações para a Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio. A pasta deverá encaminhar relatórios de planejamento e execução da operação, identificar os órgãos envolvidos, além de detalhar a utilização de equipamentos adquiridos com recursos federais e apresentar as medidas adotadas para garantir a transparência, a integridade e o armazenamento das imagens captadas pelas câmeras corporais dos agentes.

A operação contra o Comando Vermelho levou 2.500 agentes da força de segurança do estado para cumprir 100 mandados de prisão. Ao iniciarem os trabalhos, durante a madrugada de terça-feira da semana passada, os policiais foram recebidos a tiros por traficantes. O caos interrompeu o funcionamento de serviços essenciais em toda a região metropolitana da capital.

* Com informações do MPF 




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postado em 04/11/2025 19:55 / atualizado em 04/11/2025 19:55
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