
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (7/11) que "não é preciso desligar as máquinas e os motores, nem fechar fábricas de um dia para o outro", em referência ao fim do uso de combustíveis fósseis. Ele defendeu, porém, que o mundo precisa de um "mapa do caminho" para reduzir a dependência do petróleo.
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O petista discursou durante sessão temática da Cúpula de Líderes da COP30 sobre a transição energética. O tema é sensível para o governo federal, que autorizou a exploração de petróleo na Margem Equatorial apesar do discurso ambiental, e recebe críticas de especialistas.
"Já sabemos que não é preciso desligar as máquinas e motores, nem fechar fábricas ao redor do mundo de um dia para o outro. A ciência e a tecnologia nos permite evoluir de forma segura para um modelo centrado nas energias limpas. Essa transformação já está em curso", discursou o chefe do Executivo
"O Brasil não tem medo de discutir a transição energética. Somos líderes nessa área há décadas. Ainda nos anos 70 fomos o primeiro país a investir em larga escala em alternativas renováveis. 90% da matriz elétrica nacional provém de fontes limpas", acrescentou.
Contradição
O governo federal autorizou a exploração de petróleo na Margem Equatorial a menos de um mês do início da COP30, o que foi criticado por ambientalistas. O próprio presidente Lula defendeu publicamente a ação, argumentando que os recursos advindos da exploração serão aplicados para a transição energética.
Com essa contradição, em seu discurso, o chefe do Executivo criticou o aumento do financiamento para o uso de combustíveis fósseis no mundo.
"Os incentivos financeiros, muitas vezes, vão no sentido contrário ao da sustentabilidade. No ano passado, os 65 maiores bancos do mundo se comprometeram a conceder US$ 869 bilhões para o setor de petróleo e gás", afirmou.
"Desde a adoção do Acordo de Paris, a participação dos combustíveis fósseis na matriz energética global diminuiu apenas de 83% para 80%", acrescentou.

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