
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta sexta-feira (7/11) que o Brasil vai criar um fundo para usar recursos do petróleo no financiamento da transição energética. O petista discursou na abertura de uma sessão temática da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém.
Em sua fala, o presidente não deixou claro se a medida será interna ao Brasil, ou se será aberta a outras nações como o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), lançado ontem (6) também na Cúpula da COP.
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"Há espaço para explorar mecanismos inovadores de troca de dívida por financiamento de iniciativas de mitigação climática e transição energética. Direcionar parte dos lucros com a exploração de petróleo para transição energética permanece um caminho válido para os países em desenvolvimento", discursou o chefe do Executivo.
"O Brasil estabelecerá um Fundo dessa natureza para financiar o enfrentamento da mudança do clima e promover justiça climática", acrescentou.
Exploração de petróleo
Lula utiliza o argumento de usar recursos vindos do petróleo para justificar o aumento da exploração do combustível, embora ambientalistas critiquem a postura. A menos de um mês da COP30, o Ibama autorizou a Petrobras a explorar petróleo na Margem Equatorial, na região amazônica.
Em sua fala, o líder petista não mencionou a autorização. Porém, criticou a demora do mundo em reduzir o uso dos combustíveis fósseis, bem como incentivos financeiros de bancos internacionais ao setor de petróleo e gás, adotando postura contraditória.
"Sem equacionar a injustiça de dívidas externas impagáveis e sem abandonar condicionalidades que discriminam os países em desenvolvimento, andaremos em círculos. Um processo justo, ordenado e equitativo de afastamento dos combustíveis fósseis demanda o acesso a tecnologias e financiamento para os países do Sul Global", frisou o presidente.
Ontem, o Brasil lançou oficialmente o TFFF, que vai financiar ações de conservação das florestas em países menos desenvolvidos. Os rendimentos do fundo serão aplicados para esse fim, e trarão retorno para os investidores, aumentando a possibilidade de adesão dos países. A meta é arrecadas US$ 25 bilhões em investimentos de ações soberanas, e US$ 100 bilhões em investimentos particulares.

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