STF

Moraes vota para tornar réu ex-assessor do TSE acusado de atuar contra a democracia

PGR denunciou Eduardo Tagliaferro por violação de sigilo e tentativa de abolição do Estado Democrático; julgamento ocorre na 1ª Turma do Supremo

Ex-servidor é acusado de ter agido para minar a legitimidade do processo eleitoral e dificultar investigação -  (crédito: Reprodução/Linkedin)
Ex-servidor é acusado de ter agido para minar a legitimidade do processo eleitoral e dificultar investigação - (crédito: Reprodução/Linkedin)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (7/11) para tornar réu Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ex-servidor é acusado de ter agido para minar a legitimidade do processo eleitoral e dificultar investigações sobre atos antidemocráticos.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Tagliaferro por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigação e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O julgamento ocorre no plenário virtual da Primeira Turma do STF, e os ministros têm até 14 de novembro para registrar seus votos.

Segundo a PGR, quando era assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, Tagliaferro teria divulgado de forma indevida conversas e informações sigilosas trocadas com servidores do tribunal e do Supremo. De acordo com o órgão, o objetivo era atender aos interesses de uma organização criminosa dedicada a disseminar notícias falsas e atacar a credibilidade das instituições eleitorais.

“Os elementos não deixam dúvida de que o denunciado, alinhado à organização criminosa responsável pela tentativa de golpe de Estado, revelou informações confidenciais obtidas em razão do cargo, com o fim de obstruir investigações e favorecer interesses próprios e alheios”, afirmou o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao defender o recebimento da denúncia.

A PGR também destacou que o comportamento de Tagliaferro demonstra alinhamento com o grupo investigado por promover ataques à democracia. O ex-assessor deixou o Brasil e está na Itália, onde responde a um processo de extradição. O Ministério Público afirmou ainda que ele tem utilizado as redes sociais para divulgar conteúdos e mensagens de apoio a figuras bolsonaristas.

Em manifestação enviada ao STF, a PGR acrescentou que o ex-assessor chegou a anunciar publicamente, no exterior, a intenção de revelar novas informações sigilosas, além de iniciar uma campanha de arrecadação de recursos para financiar suas ações. “Está clara a adesão ao objetivo de incitar novos atos antidemocráticos e provocar disseminação de notícias falsas contra a Suprema Corte”, concluiu o Ministério Público Federal.

  • Google Discover Icon
postado em 07/11/2025 12:23 / atualizado em 07/11/2025 12:27
x