
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta terça-feira (18/11) que o atual efetivo da corporação e o orçamento disponível não são suficientes para responder às demandas crescentes enfrentadas pela instituição. Durante a audiência na CPI do Crime Organizado, ele destacou que a PF conta hoje com menos de 13 mil policiais e cerca de 2 mil servidores administrativos. Um concurso com 1 mil vagas já foi autorizado pelo governo federal.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
Rodrigues explicou que a corporação conduz um estudo técnico para estimar a necessidade real de pessoal. Segundo ele, o chamado “dimensionamento da força de trabalho” vai permitir projetar o efetivo ideal. “Nossa equipe está fazendo esse levantamento para termos um cenário claro das demandas. Entendemos que é preciso ampliar o quadro para garantir eficiência e segurança jurídica”, afirmou.
O diretor-geral também criticou pontos do relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) sobre o PL Antifacção, enviado pelo Ministério da Justiça. Ele disse que, mesmo após alterações feitas pelo relator, permanecem trechos que podem gerar conflitos entre legislações e prejudicar investigações federais. “Há risco de confusão processual, troca de competências e nulidades, o que, em vez de fortalecer o combate ao crime organizado, pode enfraquecê-lo”, alertou.
Outro ponto de preocupação é a possível retirada de recursos de fundos que financiam ações da PF, como o Funapol, o Fundo Nacional de Segurança Pública e o fundo antidrogas. Andrei Rodrigues afirmou que a corporação busca justamente ampliar seu orçamento — hoje em R$ 1,8 bilhão — para reforçar investimentos. Ele avaliou que, além de mais verbas, a instituição precisaria dobrar o número de servidores para atender plenamente às demandas nacionais.
O diretor-geral também ressaltou que a tramitação acelerada do relatório preocupa autoridades do setor. Em menos de uma semana, Derrite apresentou quatro versões do parecer, o que levou a críticas de parlamentares e de integrantes do governo. Para Rodrigues, um projeto dessa relevância exige amplo debate com sociedade civil, Ministério Público, Judiciário e forças policiais.

Flipar
Mundo
Diversão e Arte
Economia
Política
Flipar