CPMI DO INSS

Relator pressiona por condução de Jucimar após ausência na CPMI

Alfredo Gaspar cobra em comissão de terça-feira (18/11) ação da presidência para levar o ex-coordenador do INSS à comissão, que enfrenta sucessivas ausências e blindagens jurídicas

"Quero fazer um chamamento, um pedido à vossa excelência, para chamar o feito à ordem", declarou o relator Gaspar ao presidente Viana - (crédito: Waldemir Barreto/Agência Senado)

Irritado com a ausência reiterada de um dos principais investigados na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), na sessão de ontem (17/11), o relator Alfredo Gaspar (União-AL) fez nesta terça-feira (18) um apelo direto ao presidente da comissão, Carlos Viana (Podemos-MG), para que o ex-coordenador de Pagamentos e Benefícios do INSS, Jucimar Fonseca da Silva, seja conduzido à força para depor.

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“Quero fazer um chamamento, um pedido à vossa excelência, para chamar o feito à ordem”, declarou Gaspar, visivelmente incomodado. “Ontem, nós tivemos Jucimar Fonseca, que esteve ausente, apesar de convocado. Pediria que incluísse o depoimento dele na pauta de hoje e mandasse a polícia legislativa buscá-lo. Aqui não é casa de mãe Joana para ele decidir o dia que vem ou deixa de vir.”

A cobrança ocorre menos de 24 horas depois da sessão frustrada da CPMI de segunda-feira, que acabou cancelada porque dois convocados não compareceram. O empresário Thiago Schettini apresentou um habeas corpus que lhe permitiu faltar, enquanto Jucimar levou um atestado médico afirmando estar impossibilitado de falar. A justificativa, porém, não convenceu: a junta médica do Senado avaliou o documento e concluiu que ele tem condições de prestar depoimento.

A insistência na oitiva de Jucimar não é à toa. Ele é considerado uma das figuras centrais para destrinchar o esquema de descontos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas. Já acumula 11 requerimentos de convocação e é apontado por parlamentares como peça-chave no funcionamento das autorizações e cadastros usados pelas entidades investigadas.

A CPMI, instalada há quase três meses, tem enfrentado uma sucessão de obstáculos para ouvir testemunhas. Mais da metade dos convocados recorreu a decisões do Supremo Tribunal Federal para garantir prerrogativas, desde o direito ao silêncio até a possibilidade de sequer comparecer. Dos 27 depoimentos marcados até agora, 14 foram acompanhados de habeas corpus.



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postado em 18/11/2025 12:05 / atualizado em 18/11/2025 12:06
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