
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) voltou a criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em prisão na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Segundo ele, a medida é absurda e, por conta do estado de saúde delicado, ele deveria estar em prisão domiciliar.
Segundo o senador, a decisão é arbitrária e inédita juridicamente. “Ele já tomou uma decisão inédita, com base na lei da cabeça dele, que transita em julgado uma sentença ainda com prazo aberto ao recurso, que são os embargos infringentes. Coisa que não tinha acontecido ainda ao longo de toda a história do Supremo Tribunal Federal. Mas é assim que as coisas estão funcionando no Brasil hoje”, disse.
O parlamentar criticou ainda a falta de discussão da pauta da anistia na Casa, afirmando que pauta é legítima e só cabe ao Congresso decidir. Flávio garantiu que se a Casa decidisse pela não anistia, ele, e o grupo bolsonarista, aceitaria a decisão. “Eu não consigo entender por que fica interditado esse debate por causa de forças ocultas, alheias, externas ao Congresso Nacional. Pedimos ao presidente Hugo Motta, pedimos ao presidente Davi Alcolumbre, é que deixem o processo legislativo acontecer. E, se a gente ganhar, respeita a decisão. Se a gente perder, a gente vai respeitar a decisão. Mas temos que ir para o voto”, afirmou.
Sobre o cumprimento da pena na sede da PF, em declarou não estar satisfeito com a decisão, reafirmando que o pai deveria continuar cumprindo a determinação de prisão domiciliar, em casa. “Ele tinha que ser colocado dentro da prisão domiciliar, no mínimo. É onde ele tem os cuidados permanentes, de verdade, dos familiares. Onde pelo menos a gente fica menos preocupado com relação à saúde dele, com relação ao refluxo que ele tem, com relação a ele poder broncoaspirar o líquido que vem do estômago o tempo inteiro”, destacou.
O senador continuou, dizendo que estão tentando torturar o ex-presidente fisicamente e psicologicamente e que nem traficantes recebiam esse tipo de tratamento. “Parece uma tortura para matar psicologicamente e fisicamente o presidente Bolsonaro. Isso é muito desumano. Nunca vi um traficante de drogas ser tratado desse jeito”, declarou o senador, ressaltando que o pai continua tendo crises de soluço e que “está muito abalado psicologicamente, está inconformado”.
Flávio reforçou a inocência do pai, afirmando que trata-se de perseguição política e que não há a quem recorrer. “Um bandido, quando é preso, é pego, ele entende que está pagando pelo crime que cometeu. Agora, quando o cara sabe que é inocente, que não fez nada, e é obrigado a se submeter a uma restrição como essa, uma perseguição sem limites, onde não existe mais um juiz, existe um perseguidor, parece um militante a todo momento, querendo ver como faz para humilhar mais e mais e mais”, disse, indignado.
Sobre a sua participação na organização de uma vigília, justamente no dia em que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda, o senador acusou Moraes de criminalizar um ato pacífico. “Ele conseguiu criminalizar um ato religioso, pacífico. Ele conseguiu colocar numa decisão que esse é um método de organização criminosa: convocar uma vigília. A gente convocou a vigília, oramos pela saúde dele e por justiça nesse país, e voltou todo mundo para casa. Então é um absurdo em cima do outro”.
Flávio Bolsonaro afirmou que não se arrepende de ter organizado o ato religioso que aconteceu na frente do condomínio Solar Brasília II, onde reside Bolsonaro e a ex-primeira dama, Michelle Bolsonaro.“Quem tem que se arrepender é o Alexandre de Moraes, que está afrontando Deus do jeito que ele está fazendo”.
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