O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que autoriza o emprego das Forças Armadas em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) até 23 de novembro, em razão da realização da Reunião da Cúpula de Líderes e da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém. A determinação atende a pedido do governador Hélder Barbalho (MDB) e segue o mesmo procedimento adotado em operações anteriores, como nas Cúpulas do G20 e do Brics, no Rio de Janeiro.
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A medida abrange os municípios de Altamira e Tucuruí, com vistas à proteção de infraestruturas estratégicas, como usinas hidrelétricas, portos, aeroportos, estações de tratamento de água e vias de acesso, garantindo a integridade de instalações e serviços estratégicos durante os eventos. As Forças Armadas atuarão em coordenação com órgãos de segurança pública federais e estaduais, assegurando a proteção das delegações, chefes de Estado, autoridades estrangeiras e representantes da sociedade civil, além de preservar a ordem pública e a normalidade das atividades locais. O esquema de segurança conta com mais de 500 viaturas, incluindo blindados, três helicópteros, 30 barcos, três navios, 30 aeronaves, 16 drones e quatro sistemas antidrone.
Para a manutenção da GLO, foi instalado o Comando Operacional Conjunto Marajoara. São sete mil militares das três Forças, atuando em áreas de competência militar, como a Base Aérea de Belém. O reforço de segurança contará, ainda, com aproximadamente 1,2 mil agentes da Polícia Federal (PF) e cerca de mil da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
- Leia também: Lula decreta GLO em Belém durante a COP30
Washington diz "não"
Mas, apesar da segurança reforçada, os Estados Unidos decidiram ignorar o evento e não enviarão representantes de alto nível. "O presidente Donald Trump já deixou claras as posições de seu governo sobre a ação climática multilateral", disse um porta-voz, sob condição de anonimato. O atual governo dos EUA é negacionista em relação às mudanças climáticas, tanto que, na Assembleia-Geral da ONU, em setembro, classificou a crise global no meio ambiente de "a maior farsa do mundo" e criticou as energias renováveis.
A ausência do presidente norte-americano na Cúpula de Líderes, quinta e sexta-feira, era esperada. Havia a expectativa, porém, de que os EUA enviassem delegação para as negociações técnicas, a partir de 10 de novembro.
Lula, por sua vez, tem cumprido uma série de agendas que precedem a Cúpula de Líderes. Ontem, acompanhou o processo de colheita e debulha do cacho de açaí na Comunidade Quilombola Itacoã-Miri, em Acará, a 120 km de Belém, ao lado da primeira-dama Janja e dos ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Anielle Franco (Igualdade Racial).
Ele reforçou a necessidade de apoio financeiro às comunidades da floresta. "Todo mundo fala que é importante manter a floresta em pé, porque permite que a gente possa combater a emissão de gases de efeito estufa. Mas como podemos manter a floresta em pé? Com algumas atitudes de financiar as pessoas para que ganhem dinheiro por morar na floresta. Devemos fazer com que o mundo conheça a Amazônia e venha colocar os pés no Pará, para conhecer nossos rios, fauna e tudo o que a gente tem", exortou.
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