Meio Ambiente

Emissões de gases do efeito estufa no Brasil têm a 2ª maior redução anual da história

Trata-se da maior queda nos índices de poluição do Brasil em 16 anos, quase 17%. Mesmo assim, de acordo com o Observatório do Clima (OC), o país não deve cumprir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) em 2025

As estimativas indicam, porém, que o país ficará abaixo da meta de limitar suas emissões em 1,32 bilhão de toneladas líquidas até o fim deste ano
 -  (crédito:  Nick Humphries/Divulgação )
As estimativas indicam, porém, que o país ficará abaixo da meta de limitar suas emissões em 1,32 bilhão de toneladas líquidas até o fim deste ano - (crédito: Nick Humphries/Divulgação )

As emissões brutas de gases de efeito estufa do Brasil caíram 16,7% em 2024, atingindo 2,145 bilhões de toneladas de gás carbônico equivalente (GtCO2e), contra 2.576 em 2023. Trata-se da segunda maior queda nos índices de poluição climática do país já registrada desde o início das medições, em 1990, e a maior desde 2009, quando o recuo foi de 17,2%. Os dados constam na 13ª edição do SEEG, o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, publicado pelo Observatório do Clima nesta segunda-feira (3/11).

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A pouco dias da COP30, que acontecem em Belém na próxima semana, o levantamento mostra o impacto do controle de desmatamento. Como ocorre em quase todos os anos, a variação nas emissões do Brasil responde diretamente ao que acontece na vegetação nativa. 

Em 2024, a queda do desmatamento na Amazônia e no Cerrado provocou a maior redução da história nas emissões por mudança de uso da terra: 32,5%. As emissões brutas desse setor, que abarca sobretudo o desmatamento, caíram de 1,341 GtCO2e para 906 GtCO2e. 

Nos demais setores econômicos, as emissões ficaram estáveis ou subiram. Houve queda de 0,7% em agropecuária, e alta de 0,8% em energia, de 2,8% em processos industriais e de 3,6% em resíduos.

A divisão de emissão nacional por setor em 2024 ficou da seguinte maneira: 42% para mudança de uso da terra, 29% para agropecuária, 20% para energia, 5% para resíduos e 4% para processos industriais. No ano retrasado, as participações relativas foram, respectivamente, 52%, 24%, 16%, 4% e 4%.

Segundo a pesquisa, porém, mesmo com a queda nas emissões em 2024, os dados da economia brasileira em 2025, até agora, não permitem fazer projeções otimistas sobre o cumprimento da NDC — compromisso de cada país signatário do Acordo de Paris para reduzir emissões de gases de efeito estufa e se adaptar às mudanças climáticas — do Brasil em 2025. As estimativas indicam que o país ficará abaixo da meta de limitar suas emissões em 1,32 bilhão de toneladas líquidas até o fim deste ano.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

  

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CY
postado em 03/11/2025 16:30 / atualizado em 03/11/2025 16:51
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