A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado foi oficialmente instalada nesta terça-feira (4/11) no Senado e elegeu o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como presidente. A escolha foi decidida por apenas um voto de diferença — o petista venceu o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) por 6 a 5. Por acordo, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento de criação, assumirá a relatoria dos trabalhos.
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Contarato e Vieira são delegados de carreira e afirmaram que a condução da CPI será “técnica e independente”. Após a votação secreta, Mourão foi confirmado como vice-presidente por aclamação. O colegiado surge em meio à forte pressão política por respostas à escalada da violência e à expansão das facções criminosas no país, especialmente após a operação policial no Rio de Janeiro que deixou 121 mortos na semana passada.
O início dos trabalhos ocorre em um cenário de disputa entre governo e oposição pela liderança do debate sobre segurança pública. A CPI investigará a estrutura, o funcionamento e a expansão de organizações como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além das milícias que atuam em diferentes estados. O grupo também vai apurar possíveis fontes de financiamento, lavagem de dinheiro e infiltração de facções no poder público.
Com duração prevista de 120 dias, a comissão tem entre suas atribuições elaborar propostas de alterações na legislaçãopara reforçar o combate ao crime organizado. Segundo Alessandro Vieira, o objetivo é “trazer soluções concretas e sustentáveis” para enfraquecer o poder econômico das facções e reduzir sua presença em comunidades e presídios.
- Leia também: CPI do Crime Organizado é novo round da polarização
A composição da CPI reflete o equilíbrio de forças no Senado. Entre os titulares e suplentes estão nomes de peso tanto da base governista quanto da oposição. De um lado, figuram Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Magno Malta (PL-ES) e Marcos do Val (Podemos-ES); do outro, Rogério Carvalho (PT-SE), Otto Alencar (PSD-BA) e Jorge Kajuru (PSB-GO). O governo também conta com o líder petista Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (AP) entre os suplentes.
A CPI do Crime Organizado deve iniciar as oitivas ainda neste mês. Entre os primeiros temas da pauta estão o crescimento das milícias no Rio de Janeiro, o financiamento internacional de facções e a fragilidade do sistema prisional. “Essa comissão precisa ser um divisor de águas na segurança pública brasileira”, declarou Contarato ao assumir a presidência.
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