O deputado federal Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, criticou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro e afirmou que a decisão “não se justifica”, além de reacender “feridas da polarização política que turva o futuro do Brasil”. A manifestação foi feita em publicação no X (antigo Twitter), horas após Bolsonaro ser detido pela Polícia Federal por descumprir medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal, entre elas a violação da tornozeleira eletrônica.
Lira avaliou que o episódio agrava um ciclo que, segundo ele, já dura mais de dez anos e tem afetado a estabilidade institucional e econômica do país. “Nenhum país pode se orgulhar de ter seus últimos presidentes presos”, escreveu. Para o deputado, a sucessão de prisões de chefes do Executivo (que inclui Lula, Michel Temer e agora Bolsonaro) traduz “uma marcha e contramarcha” que prejudica o ambiente de negócios, compromete a geração de empregos e “criminaliza a política”.
A fala ocorre em meio ao acirramento de discursos entre aliados e críticos do ex-presidente, que foi levado à Superintendência da PF em Brasília após a Justiça apontar utilização de fonte de calor para danificar o equipamento de monitoramento. A detenção, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, não está relacionada ao processo que investiga a trama golpista, mas ao descumprimento de medidas cautelares impostas em razão daquele inquérito.
Entenda a prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22/11), na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo.
A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federalao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.
Saiba Mais
-
Política Tornozeleira de Bolsonaro teve de ser trocada na madrugada em razão de violação
-
Política Lula e chanceler alemão reforçam parceria bilateral e alinham agendas para 2026
-
Política No G20, Lula cobra ações contra desigualdade em discurso na África do Sul
-
Política O que levou à prisão quatro ex-presidentes do Brasil, de Collor a Bolsonaro
-
Política Malafaia reage à prisão de Bolsonaro e fala em "manobra" para desviar foco do Banco Master
-
Política Editor do "Correio" analisa prisão de Bolsonaro na Tupi; ouça
