O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), criticou duramente a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na madrugada deste sábado. Em nota enviada às redes sociais, ele classificou a decisão como “mais um triste capítulo da vida política nacional” e afirmou que o ex-chefe do Executivo vem sendo submetido, nos últimos meses, a uma tentativa de “envergar sua dignidade até o limite que um homem pode suportar”.
Caiado rejeitou a hipótese de fuga apontada pela Polícia Federal ao identificar violações na tornozeleira eletrônica. Ele disse ainda que a suspeita a partir de uma vigília religiosa “é algo tão improvável quanto a suposição da derrubada do Estado Democrático de Direito promovida por um bando de baderneiros”. Segundo Caiado, não seria razoável imaginar que Bolsonaro, “com a saúde debilitada, sob cuidados médicos permanentes e monitorado pela Polícia Federal”, teria condições materiais de planejar ou executar qualquer tentativa de evasão.
O governador afirmou ainda confiar em uma revisão “rápida” da decisão pelo colegiado do Supremo Tribunal Federal, por considerá-la a medida “mais correta”. Ele também declarou “total solidariedade” ao ex-presidente e à família.
Caiado encerrou a manifestação com tom eleitoral, ao dizer que Bolsonaro terá “coragem para enfrentar esse momento extremamente delicado”, e que “a resposta virá das ruas e do povo nas eleições do ano que vem”.
Entenda a prisão
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso na manhã deste sábado (22/11), na casa dele, no Jardim Botânico, em Brasília. Ele está detido agora na Superintendência da Polícia Federal, no Setor Policial Sul, onde aguarda audiência de custódia, marcada para este domingo.
A prisão é preventiva, sem prazo determinado, e foi solicitada pela Polícia Federalao Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou com o pedido.
A prisão preventiva de Bolsonaro não tem relação direta com a condenação na trama golpista, mas, sim, com a quebra reiterada de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo os investigadores, o ex-presidente mexeu na tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, violou regras de monitoramento, manteve contatos proibidos e estimulou movimentações políticas mesmo sob restrições.
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