
O advogado-geral da União, Jorge Messias, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Supremo Tribunal Federal (STF), esteve, nesta terça-feira (2/12), no gabinete do senador Mecias de Jesús (Republicanos-RR). A visita ocorreu poucas horas depois de o bloco Vanguarda, integrado por parlamentares do PL e do Novo, cancelar um almoço previsto com o indicado, ampliando o desgaste político que ele enfrenta no Senado.
Mecias, que integra a bancada evangélica, é uma das poucas vozes da oposição a manifestar apoio público a Messias. O senador tem atuado como ponte entre a AGU e setores religiosos, justamente os que mais têm resistido ao nome escolhido pelo Planalto. A articulação busca diminuir o clima de rejeição entre aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e parte dos congressistas insatisfeitos.
A reação mais dura à indicação veio do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que vinha pressionando pela escolha de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF. A decisão de Lula criou um atrito institucional entre Executivo e Legislativo, ampliando o isolamento político de Messias em um momento decisivo.
Apesar do impasse, Alcolumbre marcou a sabatina do AGU para 10 de dezembro, um intervalo considerado curto para que Messias avance sobre resistências e conquiste votos suficientes. A definição da data provocou críticas de aliados do governo, que acusam o senador de dificultar a tramitação.
No domingo (30/11), Alcolumbre reagiu às acusações e afirmou que alguns setores do governo constroem uma “falsa narrativa” de que divergências entre os Poderes seriam resolvidas por meio de negociações fisiológicas. Ele ainda responsabilizou o Planalto por atrasos no processo, ao não ter encaminhado a mensagem formal de indicação ao STF.

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