Lei Magnitsky

Recuo dos EUA na Lei Magnitsky expõe racha na direita

Retirada de Alexandre de Moraes da lista de sanções aprofunda divergências entre aliados, e deputados fazem apelos por unidade diante de críticas internas

Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG):
Deputado Nikolas Ferreira (PL-MG): "Momento é de acolhimento" - (crédito: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

A decisão dos Estados Unidos de retirar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a esposa dele, Viviane Barci de Moraes, e a empresa Lex Instituto de Estudos Jurídicos da lista de sanções da Lei Magnitsky provocou uma crise pública entre lideranças da direita brasileira nesta sexta-feira (12/12). O recuo norte-americano desencadeou críticas e disputas internas sobre quem teria responsabilidade política pela mudança de posição de Washington.

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Nas redes sociais, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) criticou aliados que atribuíram à direita brasileira, especialmente a parlamentares de oposição, a responsabilidade pela retirada das sanções. Para ele, culpar atores internos por uma “decisão geopolítica” tomada pelos Estados Unidos distorce os fatos e simplifica um cenário complexo.

Em publicação, Nikolas afirmou ser testemunha do trabalho realizado por parlamentares de oposição e disse que é “perverso” apontar “bodes expiatórios” após a exclusão de Moraes da lista. Segundo o deputado, o debate exige “lucidez, caráter e união”, e não narrativas que aprofundem divisões no campo político.

O deputado Mario Frias (PL-SP) adotou um tom conciliador ao comentar o episódio. Ele fez um apelo para que a direita não transforme o episódio em disputa interna e defendeu maturidade política. “Aprendi que não existe culpa ou culpados quando todos estão sinceramente tentando acertar”, escreveu, ao pedir que aliados evitem o acirramento de conflitos.

Alexandre de Moraes havia sido incluído na lista Magnitsky em julho, sob acusações do governo dos Estados Unidos de promover detenções arbitrárias e atos de censura; Viviane Barci de Moraes foi adicionada em setembro. À época, a medida ampliou a tensão diplomática entre os países, com menções a possíveis sanções adicionais, como revogação de vistos e restrições comerciais.

A retirada das punições, anunciada sem explicação oficial, abriu espaço para interpretações divergentes dentro da direita. Enquanto uma ala avalia que houve falhas de articulação política, outra busca blindar parlamentares e preservar a narrativa de alinhamento com os Estados Unidos. Mais cedo, Eduardo Bolsonaro lamentou a decisão americana, enquanto Flávio Bolsonaro classificou o recuo como um “gesto gigante”, evidenciando a falta de consenso entre aliados.

 

 

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postado em 13/12/2025 01:25
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