Trama golpista

Ramagem condiciona renúncia a asilo político nos EUA, diz líder do PL

Processo de cassação do deputado condenado por tentativa de golpe pode ir ao plenário da Câmara nesta semana; partido diz ter votos para barrar a perda do mandato

Sóstenes (foto) revelou que Ramagem não pretende deixar o cargo de forma imediata, mesmo que a Mesa Diretora decida pautar a perda de mandato nos próximos dias  -  (crédito:  Ed Alves CB/DA Press)
Sóstenes (foto) revelou que Ramagem não pretende deixar o cargo de forma imediata, mesmo que a Mesa Diretora decida pautar a perda de mandato nos próximos dias - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) só admite renunciar ao mandato caso obtenha asilo político nos Estados Unidos. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (15/12) pelo líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), em meio à expectativa de que o processo de cassação do parlamentar seja analisado pelo plenário ainda nesta semana.

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Segundo Sóstenes, Ramagem não pretende deixar o cargo de forma imediata, mesmo se a Mesa Diretora decidir pautar a perda de mandato nos próximos dias. A estratégia, afirmou o líder do PL, está vinculada ao andamento do pedido de asilo no exterior, que o deputado avalia apresentar ou reforçar no próximo ano.

Na semana passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que o caso de Ramagem deverá ser levado ao plenário. O parlamentar foi condenado por tentativa de golpe de Estado, com decisão já transitada em julgado no Supremo Tribunal Federal (STF).

O PL sustenta que reúne votos suficientes para barrar a cassação, repetindo a articulação que evitou, em plenário, a perda do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). Nos bastidores, contudo, aliados reconhecem que, a exemplo do caso anterior, uma eventual manutenção do mandato pode ser novamente contestada e invalidada pelo STF.

Além de trabalhar pela rejeição da cassação, o partido também atua para adiar a análise do processo. A intenção é que o caso seja inicialmente encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que postergaria a decisão final do plenário.

“Espero que o presidente Hugo Motta possa rever e não pautar a cassação nesta semana”, afirmou Sóstenes Cavalcante durante almoço com jornalistas em Brasília. Segundo ele, Ramagem sinalizou que só considera renunciar em 2026, “caso seja bem-sucedido no pedido de asilo político” nos Estados Unidos.


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postado em 15/12/2025 15:03 / atualizado em 15/12/2025 15:04
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