SENADO

Garotinho acusa Cláudio Castro de comandar estrutura criminosa no Rio

Em depoimento à CPI do Crime Organizado, ex-governador afirma que corrupção estaria concentrada nas secretarias estaduais

O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, em depoimento à CPI do Crime Organizado, no Senado -  (crédito: Vanilson Oliveira / CB / DA Press)
O ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, em depoimento à CPI do Crime Organizado, no Senado - (crédito: Vanilson Oliveira / CB / DA Press)

Em depoimento à CPI do Crime Organizado, no Senado, Anthony Garotinho afirmou nesta terça-feira (16/12) que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), é responsável pelo maior esquema de corrupção já vivenciado no estado.

Fique por dentro das notícias que importam para você!

SIGA O CORREIO BRAZILIENSE NOGoogle Discover IconGoogle Discover SIGA O CB NOGoogle Discover IconGoogle Discover

Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular

Segundo ex-governador e ex-secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, a estrutura montada por Castro está ligada diretamente a desvios nas secretarias.

“O que existe hoje no Rio de Janeiro é uma relação criminosa que seria comandada pelo governador Cláudio Castro. A captura do dinheiro acontece dentro das secretarias”, disse.

Ainda de acordo com Garotinho, o esquema não se limitaria a contratos administrativos tradicionais, mas incluiria mecanismos como incentivos fiscais, autorizações administrativas e negócios regulados pelo estado. “É nas secretarias e em negócios como diferimento, incentivo fiscal e outras modalidades”, declarou.

O ex-governador apontou ainda que atividades econômicas dependeriam do pagamento de propina para obter autorização de funcionamento. “Para colocar um posto de gás no Rio de Janeiro, tem que pagar R$ 500 mil. Se não pagar, não autoriza, não tem licença”, disse. Segundo ele, a prática evidenciaria um modelo de corrupção institucionalizada, com controle sobre órgãos de fiscalização.

Garotinho comparou a gestão de Sérgio Cabral, cercada de escândalos e que culminou na prisão dele por esquema de propina, com a do atual governo, afirmando que o escândalo é ainda mais grave. “Eu fiquei dois anos afastado achando que não ia ver nada igual ao que aconteceu no governo Cabral. Mas isso é maior. Na época do Cabral tinha Copa do Mundo, Olimpíada, obras do PAC. Hoje, em proporção, é uma coisa impressionante”, denunciou.

Ele disse que é preciso intensificar as investigações e que a CPI do crime dá os primeiros passos. “Se houver uma investigação séria, vai faltar cadeia. Já falta. Vai faltar presídio para autoridade. A autoridade vai ficar no Bangu 8.”

A CPI do Crime Organizado investiga a atuação de facções criminosas, seus mecanismos de financiamento e eventuais vínculos com agentes públicos.

 

  • Google Discover Icon
postado em 16/12/2025 16:29 / atualizado em 16/12/2025 16:30
x