
Em um encontro ministerial marcado por referências ao cenário eleitoral de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quarta-feira (17/12) que a música gospel será reconhecida como patrimônio brasileiro. A iniciativa foi apresentada como parte de um esforço do governo para dialogar com o público evangélico, segmento no qual o presidente enfrenta baixos índices de aprovação.
Durante a reunião, Lula afirmou que o reconhecimento será formalizado já na próxima semana e aproveitou o momento para adotar um tom descontraído ao se dirigir ao ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias. “Nós vamos transformar a música gospel em patrimônio brasileiro. Nós vamos fazer o reconhecimento. E na semana que vem você pode estar preparado, porque além de ser ministro brasileiro, você poderá cantar música gospel dentro do Palácio do Planalto”, disse o presidente.
Messias, que é evangélico, foi novamente citado por Lula em tom de brincadeira ao mencionar sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Vamos transformar a música gospel, Messias, em patrimônio. Na semana que vem, você pode estar preparado, porque, além de ser ministro da Suprema Corte, você vai poder cantar música gospel no Palácio do Planalto”, afirmou.
Indicado no fim de novembro, o nome de Jorge Messias enfrenta resistência no Senado. A sabatina do ministro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) foi adiada para 2026, em meio a dificuldades para reunir apoio suficiente entre os senadores. A escolha também gerou desgaste na relação entre Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que defendia a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga no STF.
O gesto em direção ao universo gospel ocorre em um contexto de preocupação do Planalto com o eleitorado evangélico, considerado um dos principais obstáculos para a ampliação da popularidade do presidente. Apesar de sucessivos acenos, pesquisas indicam que esse segmento segue majoritariamente distante do governo e mais alinhado a lideranças da direita.
A reunião ministerial também foi realizada poucos dias após a divulgação de pesquisas eleitorais que apontam Lula com vantagem de cerca de dez pontos percentuais em um eventual segundo turno contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, é contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ambos cotados como nomes da oposição para 2026.

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