CONGRESSO

Relator diz que Lula conversará com Alcolumbre sobre Messias

Em meio à crise entre governo e presidente do Senado, Weverton Rocha afirma que clima político exige "temperatura mais baixa"

O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF), buscou reduzir o tensionamento entre o Palácio do Planalto e o Senado ao comentar, nesta terça-feira (2/12), o impasse em torno da sabatina do advogado-geral da União. Em conversa com jornalistas, o parlamentar afirmou que a crise poderia ter sido evitada e que falta “gente para ajudar a baixar a temperatura” no Congresso.

Weverton afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve aguardar o retorno de sua viagem ao Nordeste para procurar o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Segundo ele, o chefe do Executivo sinalizou que pretende conversar pessoalmente com Alcolumbre antes de qualquer definição sobre o novo calendário de tramitação da indicação. “Assim que ele voltar, entre quinta e sexta, ou no início da próxima semana, vai marcar esse diálogo”, explicou.

O relator reforçou que Lula tem mantido postura institucional e que, diferentemente do que se especula, não fez pressão nem pediu votos a senadores. Ele citou experiências anteriores, como a indicação de Flávio Dino ao STF, para sustentar que o presidente evita tratar diretamente de apoios no Parlamento. “Ele sempre conversou sobre os assuntos dos estados e da República, nunca sobre votos”, declarou.

Weverton também comentou as críticas de que o Planalto teria demorado além do habitual para enviar a mensagem com o nome de Messias. Embora reconheça que o processo ficou mais lento, rejeitou a ideia de precipitação do governo ou de interferência deliberada no calendário. Lembrou que, em indicações anteriores, houve questionamentos sobre eventuais atrasos e que a atual gestão busca evitar novos desgastes.

Ao final, o relator ponderou que o ano eleitoral pesa no ambiente político e tende a dificultar acordos. Segundo ele, a definição dos próximos passos dependerá exclusivamente da Presidência do Senado. “O calendário agora é do presidente da Casa. Assim que a mensagem chegar, entraremos no nosso trabalho”, afirmou, destacando que continuará informando os jornalistas à medida que o processo avançar.



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