A internação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ocorre sob um esquema de segurança rígido e protocolos detalhados que envolvem desde o deslocamento discreto da prisão até à vigilância permanente no hospital onde ele será submetido a uma cirurgia para correção de hérnia inguinal bilateral. A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes após perícia da Polícia Federal apontar a necessidade da intervenção médica.
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Bolsonaro deixou a Superintendência da Polícia Federal em Brasília por uma saída reservada, na manhã desta quarta-feira, em um comboio formado por carros descaracterizados da PF e escoltado por batedores da Polícia Militar do Distrito Federal. A chegada ao Hospital DF Star ocorreu em poucos minutos, com desembarque direto pelas garagens da unidade, sem exposição pública. Agentes federais à paisana e viaturas da PM reforçaram a segurança no entorno do hospital.
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A decisão judicial estabelece vigilância ininterrupta durante toda a internação. Pelo menos dois policiais federais permanecem posicionados na porta do quarto hospitalar, com fiscalização 24 horas por dia. Além disso, equipes da PF atuam de prontidão dentro e fora da unidade de saúde, com autonomia para ampliar o efetivo, se necessário.
O controle de acesso é um dos pontos centrais do protocolo. Está proibida a entrada de celulares, computadores ou qualquer outro dispositivo eletrônico no quarto, exceto equipamentos médicos indispensáveis ao tratamento. A fiscalização do cumprimento das regras cabe exclusivamente à Polícia Federal, que atua diretamente no interior do hospital.
Acompanhante
Moraes autorizou apenas a presença da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) como acompanhante durante todo o período de internação, respeitadas as normas hospitalares. Qualquer outra visita depende de autorização judicial específica. O pedido da defesa para permitir a entrada recorrente dos filhos Flávio e Carlos Bolsonaro foi negado.
Procedimentos
Esta quarta-feira é dedicada a exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além do preparo pré-operatório. A cirurgia está prevista para a manhã desta quinta-feira (25/12), feriado de Natal, com duração estimada entre três e quatro horas.
Segundo a equipe médica, trata-se de um procedimento considerado mais simples do que a cirurgia realizada em abril, quando Bolsonaro passou por uma intervenção de grande porte para desobstrução intestinal e reconstrução da parede abdominal, que durou 12 horas.
Além da correção da hérnia inguinal bilateral, os médicos avaliam a realização de um bloqueio anestésico do nervo frênico, procedimento que pode ajudar a controlar crises de soluços persistentes relatadas pelo ex-presidente nos últimos meses. A definição sobre essa intervenção dependerá da avaliação clínica após a cirurgia principal.
A expectativa da equipe médica é de que Bolsonaro permaneça internado entre cinco e sete dias, período necessário para controle da dor, fisioterapia, prevenção de eventos trombóticos e acompanhamento do pós-operatório. Boletins médicos diários deverão ser divulgados com atualizações sobre o quadro clínico.
Na decisão, Alexandre de Moraes destacou que a autorização para a internação não interfere no cumprimento da pena de 27 anos e três meses de prisão imposta ao ex-presidente por tentativa de golpe de Estado. O ministro ressaltou que Bolsonaro mantém plenas condições de tratamento de saúde sob custódia e que a proximidade entre o hospital e a Superintendência da Polícia Federal preserva tanto a segurança quanto a execução da pena.
