O ex-presidente Jair Bolsonaro passará, nesta segunda-feira (29/12), por um novo procedimento para tratar uma crise persistente de soluços. Após já ter sido submetido a um bloqueio anestésico do nervo frênico do lado direito, ele agora terá o procedimento realizado no lado esquerdo do corpo. O nervo, localizado na região da coluna cervical, controla o diafragma e está diretamente ligado aos espasmos que provocam o soluço.
O bloqueio anestésico do nervo frênico consiste na aplicação de anestésico local ao redor do nervo para interromper temporariamente sua função, com o objetivo de cessar crises de soluços persistentes ou de difícil controle.
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O procedimento de rádio intervenção é feito por punção com anestesia, sem necessidade de incisões, cortes ou pontos. O médico responsável, Mateus Saldanha, radiologista intervencionista, realizará uma ultrassom para localizar com precisão o nervo na região cervical.
Bolsonaro deve ser sedado para a realização do procedimento. "Primeiramente você faz de um lado, depois você faz do outro lado para ver como vai ser a resposta, porque a gente sabe que é multifatorial a questão de solução. Então essa é uma opção para que a gente possa observar", afirmou Saldanha.
Embora seja considerado seguro quando guiado por imagens, o bloqueio do nervo frênico pode provocar dificuldade respiratória, pois o diafragma, principal músculo da respiração, fica temporariamente paralisado, podendo causar falta de ar. A duração do efeito varia de algumas horas a alguns dias, dependendo do tipo de anestésico utilizado pela equipe médica do ex-presidente.
Nova crise
Ontem, Bolsonaro voltou a apresentar uma crise de soluços. Segundo o boletim divulgado no fim da tarde, ele também registrou elevação da pressão arterial entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, mesmo após o bloqueio do nervo frênico do lado direito.
Até a última atualização, o ex-presidente permanecia estável e sem soluços. Hoje, além de passar pelo procedimento no lado esquerdo, ele seguirá com sessões de fisioterapia, medidas preventivas contra trombose venosa e avaliação dos efeitos do bloqueio anestésico.
Ainda ontem, o senador, pré-candidato à Presidência, e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), divulgou nas redes sociais um vídeo de Jair Bolsonaro em que ele pedia a Deus que não deixasse sua filha órfã durante o período em que esteve hospitalizado, após o atentado a faca em Juiz de Fora (MG).
No vídeo, Bolsonaro relembra a internação e afirma que, naquele momento, seu principal pedido era pela filha mais nova. "No momento mais difícil da minha vida, eu só pedia que Deus não deixasse órfã a minha filha de sete anos. O resto, com amigos, com brasileiros de verdade e com Deus no coração, nós superaremos os obstáculos", disse.
Na publicação, Flávio agradeceu as manifestações de apoio recebidas pelo pai e afirmou acompanhar as mensagens enviadas por apoiadores ao ex-presidente. "Obrigado por cada mensagem de amor, carinho e esperança que vocês deixam aqui. Saibam que estou acompanhando todas e faço questão de levar cada uma delas ao melhor presidente que este Brasil já teve", escreveu.
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