O Brasil enfrenta um período severo de estiagem, com queimadas em diversas regiões, o que agrava significativamente a qualidade do ar em muitos estados. Para os atletas, mesmo que amadores, que se exercitam frequentemente ao ar livre, esse cenário pode ser especialmente preocupante, com impactos diretos na saúde respiratória.
Isso porque a poluição do ar, composta por partículas finas, ozônio e dióxido de nitrogênio, é responsável por agravar ou desencadear problemas respiratórios. Alguns exemplos incluem asma, bronquite e até quadros mais graves, como a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
“Estudos apontam que, para quem pratica atividades físicas nessas condições extremas, a situação se intensifica. Não estamos falando apenas de atletas de alto rendimento, mas da população comum, que faz uma corrida ou joga futebol”, destaca André Albuquerque, coordenador do setor de pneumologia na Rede D’Or São Paulo.
Riscos da prática de atividades físicas em ambientes secos
Segundo André Albuquerque, durante o exercício, o aumento da frequência respiratória faz com que mais partículas nocivas sejam inaladas, penetrando profundamente nas vias aéreas e nos pulmões. “Isso pode desencadear uma resposta inflamatória nas mucosas nasais, trato respiratório e alvéolos pulmonares, agravando doenças respiratórias pré-existentes, como a asma”, alerta.
A exposição constante a esses poluentes também pode afetar o rendimento atlético. “Além dos danos imediatos à saúde, como tosse e dificuldade respiratória, a poluição pode impactar o preparo físico em longo prazo, resultando em cansaço precoce e menor resistência durante as atividades”, explica André Albuquerque.
Maneiras de proteger a saúde da baixa qualidade do ar
Para reduzir os riscos, especialistas recomendam que os atletas evitem exercícios ao ar livre em horários de pico de poluição ou quando a umidade do ar estiver muito baixa (menor que 40%), além de priorizar uma alimentação rica em antioxidantes. O uso de máscaras também pode ajudar a reduzir a quantidade de partículas inaladas, “embora possa aumentar a dispneia e fadiga durante atividades vigorosas”, pondera o médico André Albuquerque.
Com a qualidade do ar em níveis críticos, a prática esportiva deve se adaptar às condições climáticas, priorizando sempre o bem-estar respiratório. “A prevenção é fundamental para evitar danos maiores à saúde. Manter-se hidratado, preferir horários de menor concentração de poluentes, como no início da manhã, e optar por atividades em ambientes fechados são medidas essenciais. Ao notar qualquer alteração no sistema respiratório, é importante buscar atendimento médico”, finaliza o pneumologista.
Por Samara Meni
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