Cidade Nossa

Cidade Nossa: Geraldo Azevedo, Irlam e eu

Neste domingo (14/12), o jornalista Orlando Pontes revisita uma noite que atravessa gerações, lembra o impacto dos seus ídolos e comenta os encontros que moldaram sua vida profissional

Cidade Nossa — 14/12/2025 -  (crédito: maurenilson)
Cidade Nossa — 14/12/2025 - (crédito: maurenilson)

Especial para o Correio — Orlando Pontes

A noite do sábado, 6 de dezembro, foi uma saborosa viagem ao passado. Durante mais de duas horas, fiquei a cerca de cinco metros de Geraldinho Azevedo no show que ele fez na 101ª Feira do Troca de Olhos d'Água, pequeno distrito de Alexânia, no Entorno do Distrito Federal, a 90 quilômetros de Brasília.

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Enquanto Geraldinho cantava sucessos como Dia branco, Táxi lunar, Bicho de sete cabeças, Dona da minha cabeça e tantos outros, acompanhado por seu mágico violão e por um coro de milhares de vozes de uma plateia tão fanática por suas canções quanto eu, a sensação era de estar nos anos 1980/1990.

Antes do espetáculo, seguindo o instinto de repórter, eu me posicionei de forma a poder conversar com meu ídolo no corredor por onde ele passaria para chegar ao palco. Mas minha amiga Lu Anacleto, que estava na organização, tratou de me levar à área Vip.

Embora pressionado pela produção a não me atender, pelo excesso de barulho e pela exiguidade do tempo, Geraldinho foi solícito e muito gentil. Respondeu à primeira pergunta do repórter e comentou com especial delicadeza a declaração do fã quando revelei que a música Dona da minha cabeça embalou meu namoro na década de 1980 que resultou num casamento que já dura 35 anos:

— Fico muito feliz de percorrer o Brasil, um país imenso, e saber que num lugar distante como este tem pessoas me esperando para cantar minhas canções. São canções que atravessaram o tempo, passando por várias gerações e chegam até aqui.

Estar frente a frente com Geraldinho também me fez lembrar de outro ícone da área de cultura: Irlam Rocha Lima. O hoje celebrado colunista do Correio Braziliense foi uma figura importantíssima em minha vida profissional naqueles mesmos anos 80/90.

Irlam me indicou para substituí-lo como correspondente da revista Placar quando migrou da editoria de Esportes — comandada pelo saudoso "Crocodilo" Jorge Martins — para o Caderno Dois do também saudoso Cláudio Lyseas.

Detalhe: à época, eu era teletipista (operador de telex, profissão extinta juntamente com aquela tecnologia), cursava comunicação no Ceub e fazia algumas matérias na Redação do jornal sob a supervisão de Jorge Martins e do meu grande amigo, então chefe de reportagem, Fernando Pinto, que também já mora no Além.

Anos depois, já formado e atuando como repórter do Correio, fui convidado por Fernando Lemos (eita, a lista de amigos do outro lado tá ficando maior do que a daqui!) para chefiar a Assessoria de Imprensa (hoje Agência Brasília) de Joaquim Roriz, primeiro governador eleito de Brasília.

Ali, reencontrei Irlam, eu como chefe e ele como setorista de Cultura. E admirava sua credibilidade junto aos artistas locais e nacionais na hora de apurar suas matérias.

Assim, no sábado, 6 de dezembro de 2025, pude experimentar um pouco do prazer que Irlam deve sentir por estar constantemente em contato com ídolos como Geraldinho Azevedo.

São pessoas que, com sua arte, nos fazem viajar em memórias que atravessam o tempo, como as canções de Geraldo Azevedo.

Obrigado, Geraldinho! Muito obrigado, Irlam! Vocês são eternos para mim.

Orlando Pontes é jornalista

 


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postado em 14/12/2025 06:00
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