CAMINHOS DO NASCIMENTO

Bebê nasce em posto de atendimento da PRF na BR-070


Casos como o de Jovana não são exceção. No ano passado, 29,82% dos partos realizados no DF foram de goianas

Por Raphaela Peixoto, Aline Gouveia
Divulgação PRF

A vendedora Jovana Danielly, moradora de Águas Lindas, em 2021, realizou todo o pré-natal no município onde mora, localizado a cerca de 50km de Brasília. A orientação médica era que o parto fosse feito no Hospital Universitário de Brasília (HUB)

Beto Monteiro/Secom UnB

Todavia, ao sentir desconfortos que acreditava ser indicativo de trabalho de parto, Jovana buscou ajuda na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade e foi orientada a voltar para casa

Reprodução/Prefeitura de Águas Lindas

As dores aumentaram ao longo do dia, e ela decidiu tentar chegar ao Hospital de Ceilândia. Mas a bolsa rompeu no meio do caminho, já no trecho da BR-070, próximo à barragem do Rio Descoberto

Ed Alves/CB/D.A Press

Então, a família decidiu parar na unidade operacional da Polícia Rodoviária Federal a fim de pedir ajuda. Foi ali que a pequena Isadora nasceu, com o auxílio do policial Alessandro Castro. 'Foi tudo muito rápido. Ele me acalmou, me passou muita segurança', lembra Jovana

Arquivo Pessoal

Hoje, Isadora, com quatro anos, mantém um carinho especial por aquele que a ajudou a vir ao mundo

Arquivo Pessoal

Casos como o de Jovana não são exceção. Em 2024, dos 31.553 partos realizados no Distrito Federal, 9.410 foram de mulheres de Goiás, o que representa 29,82%

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De acordo a Secretaria de Saúde de Goiás, das 11 cidades do Entorno, apenas seis contam com maternidades públicas pelo SUS. Três delas são da rede estadual: os hospitais estaduais de Águas Lindas, Formosa e Luziânia. As outras três são municipais: Cocalzinho, Cristalina e Santo Antônio do Descoberto

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Segundo a professora Carla Pintas Marques, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade de Brasília (UnB), está pactuado entre o Distrito Federal e os municípios do Entorno para que os partos, especialmente os de alto risco, sejam feitos em Brasília. 'Essas gestantes precisam de cuidados especializados, e o transporte até o DF é responsabilidade do município de origem', explica

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Silvia Badim Marques, professora do Departamento de Saúde Coletiva da UnB, ressalta que as maternidades devem ser ampliadas. ' Também é fundamental estabelecer um sistema eficiente de referência e contrarreferência nessas regiões, para que as gestantes não sofram com os impactos desse deslocamento', afirma

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