O registro aconteceu em João Monlevade, cidade do interior de Minas Gerais, no dia 14/07, durante a cerimônia fúnebre de Itamar da Conceição Moraes, 57, que era fã do estilo musical Miami Bass e trabalhava em um serviço de limpeza da prefeitura do município mineiro.
Em entrevista à rádio “Itatiaia”, um dos seis filhos de Itamar explicou que o pai morreu após sofrer um AVC hemorrágico pela terceira vez. “Ele era um homem guerreiro, trabalhador e querido por todos”, afirmou Sérgio da Silva Moraes, de 39 anos.
“Nos fins de semana, ele montava o som em cima da loja e curtia seus funks internacionais - Stevie B, Tony Garcia, James Brown, Snap, e outros. Nesses momentos, sempre estavam com ele as duas irmãs que aparecem no vídeo”, detalhou o filho.
“Eles (os irmãos) já estavam se programando para um baile que aconteceria agora em setembro. Infelizmente, esse fato nos surpreendeu. Dançar foi a forma de se despedirem dele com alegria”, contou Sérgio da Silva Moraes.
O Miami Bass é um subgênero do hip hop e da música eletrônica que surgiu no início dos anos 1980 em Miami, na Flórida, nos Estados Unidos. O estilo também é conhecido como 'booty music' e se caracteriza por batidas graves, aceleradas e dançantes, além de letras irreverentes.
O estilo dá ênfase ao subgrave, com o uso intenso do '808 kick drum' da famosa bateria eletrônica Roland TR-808, que produz o 'boom' característico.
As batidas do Miami Bass são aceleradas, criando uma energia que favorece a dança.
As letras são diretas e provocativas. Muitas canções falam de festas, corpos e relacionamentos, com linguagem frequentemente explícita.
Embora seja um subgênero do hip hop, o Miami Bass se mistura com a música eletrônica, usando sintetizadores, samples e vocais manipulados.
É uma música feita para o corpo, para festas, bailes e clubes, especialmente populares nas ruas e nas praias da Flórida.
O Miami Bass se desenvolveu paralelamente ao hip hop de Nova York, mas seguiu uma trajetória própria.
Em vez de focar em mensagens sociais ou batalhas líricas, como o rap da costa leste estadunidense, o Miami Bass buscava entretenimento e energia dançante.
No início, seu apelo era sobretudo local no início, mas ele ganhou projeção nacional e internacional a partir dos anos 1980 e início dos 1990.
Um dos grupos mais importantes e conhecidos do Miami Bass é o 2 Live Crew. Liderado por Luther Campbell (Uncle Luke), ele foi pioneiro na mistura de batidas pulsantes com letras altamente explícitas.
O álbum “As Nasty as They Wanna Be”, de 1989, causou polêmica e chegou a ser considerado obsceno pela justiça americana, marcando um capítulo importante na discussão sobre liberdade de expressão na música.
Já MC Ade é considerado por muitos como o primeiro artista de Miami Bass, com o hit “Bass Rock Express”, de 1985. Ele foi um dos responsáveis por estabelecer o uso da TR-808 como base do
Entre outros nomes notáveis do estilo estão o DJ Magic Mike, que ajudou a disseminar o Miami Bass com álbuns instrumentais e faixas recheadas de graves potentes, e DJ Laz, artista de ascendência cubana que teve grande sucesso nos anos 1990.
Já entre os grupos, também se destacam o Afro-Rican, com a mistura do Miami Bass com hip hop e freestyle, e Gucci Crew II, conhecido como sucessos como “Sally (That Girl)”.
Embora o Miami Bass tenha alcançado o auge nos anos 1980 e início dos 90, sua influência é duradoura. Ela pode ser sentido no funk carioca e em subgêneros como Ghetto Tech e Baltimore Club.
O Miami Bass também deu origem a uma estética própria, com carros com som automotivo potente (os 'bass cars'), dançarinos fazendo, festas de rua e videoclipes coloridos e ensolarados — sempre com clima festivo e irreverente.