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Lagosta-boxeadora 'golpeia' turista no litoral de São Paulo


O influenciador digital Rafael Marchezetti postou um vídeo que chamou atenção nas redes sociais porque mostra o momento em que um turista é “atacado” por uma lagosta-boxeadora na beira da praia de Peruíbe, no litoral de São Paulo.

Por Flipar
Reprodução de vídeo redes sociais

O vídeo mostra o animal “andando” pela areia até que Rafael chega perto para jogá-lo de volta ao mar. Quando ele tenta levantar a lagosta, ela dá um “golpe” na mão dele.

Reprodução de vídeo redes sociais

A lagosta-boxeadora, também conhecida como tamarute ou lagosta-mantis, é um crustáceo marinho famoso por seus golpes rápidos e poderosos. Ela possui apêndices semelhantes a punhos que podem se mover a velocidades comparáveis a um tiro de arma.

Roy L. Caldwell, wikimedia commons

Seu ataque é tão veloz que cria bolhas de cavitação, liberando calor e luz no processo, o que pode atordoar ou até matar presas instantaneamente. Esse impacto também pode quebrar vidros de aquários e cascos de moluscos.

Diego Delso, delso.photo, License CC BY-SA

Colorida e vibrante, vive em recifes de coral e tocas no fundo do mar, principalmente em águas tropicais. E também costuma ser chamada de camarão-louva-a-deus-palhaço porque tem garras dobradas como as de um louva-a-deus. Só que, na verdade, apesar dos nomes, não se trata nem de lagosta nem de camarão.

Jens Petersen wikimedia commons

Pertence a um grupo diferente chamado estomatópodes (ordem Stomatopoda), que é um ramo à parte dentro dos crustáceos. Um grupo próprio, com estrutura corporal e hábitos únicos.

wikimedia commons/Odontodactylus scyllarus

Seu 'soco' é tão potente que pode quebrar uma concha com a mesma intensidade de um tiro de arma calibre 22, sem se machucar.

Diego Delso, delso.photo, License CC BY-SA

A 'clava dáctila', usada para dar socos, é composta por várias camadas que ajudam a absorver o impacto. O nome remete à arma clava (um porrete) e ao dáctilo, uma estrutura presente na anatomia dos moluscos.

wikimedia commons/Alexander Vasenin

Pesquisadores sugerem que a estrutura da 'clava dáctila' da lagosta, formada por camadas de fibras mineralizadas dispostas em formato de V, confere resistência à estrutura.

reprodução/youtube

Essa teoria foi testada recentemente por pesquisadores da Universidade Northwestern, que realizaram vários experimentos para comprovar a hipótese.

wikimedia commons/Edudellapiazza

Para o estudo, pesquisadores usaram lasers e pulsos de alta frequência para investigar como as ondas de choque atravessam a pata da lagosta-boxeadora.

flickr - Bernard DUPONT

Os resultados mostraram que a camada externa da pata possui fibras semelhantes a espinhas de peixe, que resistem aos golpes, enquanto a estrutura interna absorve as ondas de choque, protegendo os membros da lagosta de sofrerem danos.

reprodução/youtube

Ela é um predador voraz e se alimenta de moluscos, caranguejos, peixes e outros crustáceos.

reprodução/youtube

Seus golpes podem atingir uma velocidade de 80 km/h, formando bolhas de ar que estouram com grande energia, causando um tipo de explosão microscópica.

reprodução/youtube

Outra característica impressionante da lagosta-boxeadora é sua visão. Ela possui um dos sistemas visuais mais complexos do mundo animal, com olhos que contêm até 16 tipos de fotorreceptores (enquanto os humanos têm apenas três).

wikimedia commons/Cédric Peneau

A lagosta-boxeadora usa suas cores vibrantes, que variam entre tons de verde, azul, laranja e vermelho, tanto para se camuflar quanto para intimidar rivais ou predadores.

Dan Schofield/iNaturalist