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Mata Hari: uma história de sedução, escândalo e condenação à morte


7 de agosto marcou em 1876 o nascimento de uma mulher que entraria para a história como dançarina exótica e espiã, morta sob acusação de traição. Mata Hari, nascida em Leeuwarden, na Holanda, foi executada em Vincennes, na França, em 15 de outubro de 1917. Ela tinha 41 anos.

Por Flipar
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Mata Hari havia se tornado célebre em Paris na década de 1900 por suas performances de dança exótica, que eram frequentemente inspiradas em temas asiáticos, e envolviam trajes reveladores, escandalosos na época.

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Durante o período da Primeira Guerra Mundial, Margaretha Geertruida Zelle — seu nome verdadeiro - foi acusada de espionar para a Alemanha. Mesmo sem provas concretas, foi condenada à morte por um júri militar francês. Segundo relatos, enviou um beijo ao pelotão de fuzilamento momentos antes dos disparos.

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A história de Mata Hari já inspirou as artes. No cinema, o filme mais famoso sobre ela foi protagonizado por Greta Garbo e Ramon Novarro, em 1931.

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Outra história marcante de espionagem envolve o soviético Anthony Blunt, que atuava como curador da Coleção Real de Arte. A rainha Elizabeth II só foi informada sobre sua atuação como espião nove anos após a descoberta dessa traição pelos serviços secretos britânicos.

Em 1964, Blunt confessou que atuava como espião da então União Soviética desde a década de 1930. Recrutado quando era um jovem professor na Universidade de Cambridge, ele ocupou posto no alto escalão do serviço secreto britânico durante a Segunda Guerra Mundial e passou informações para a KGB, a agência de inteligência soviética.

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Após a morte de Blunt em 1983, aos 75 anos, surgiu a preocupação de informar oficialmente à Rainha Elizabeth sobre a atuação do espião para evitar que ela soubesse do fato pela mídia. Segundo os registros, a monarca reagiu com “calma e sem (demonstrar) surpresas” ao comunicado.

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A Rainha Elizabeth II morreu no dia 8 de setembro de 2022. Ela teve o reinado mais longo da história do Reino Unido - 70 anos e 214 dias. Após sua morte, o filho assumiu o trono com o título de Rei Charles III.

Reprodução de Flickr SandyEm

Ao longo da história, diversos espiões se tornaram figuras notórias, muitos deles responsáveis por informações que influenciaram os rumos de grandes eventos. A seguir, relembre alguns outros dos mais famosos!!

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Victor Manuel Rocha - O ex-embaixador dos EUA admitiu ter servido como agente secreto para o governo de Cuba durante décadas. Ele chegou a ser conselheiro especial do titular do Comando Sul dos EUA.

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Os promotores acusaram Rocha de praticar atividades clandestinas a favor de Cuba desde 1981, incluindo encontros com agentes de inteligência cubanos. Ele foi acusado de passar informações falsas a funcionários do governo dos EUA sobre seus contatos.

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Dusko Popov - Sérvio, com aversão aos nazistas, ele se ofereceu para se infiltrar entre os alemães e atuou como agente duplo na II Guerra Mundial.

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O dia 7/12 é marcado pelo ataque da Marinha Japonesa à base americana de Pearl Harbor durante a II Guerra Mundial, em 1941. Mas você sabia que o governo dos EUA foi avisado de que o bombardeio aconteceria? Foi Popov que avisou.

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Para ganhar a confiança dos alemães, Popov passava informações que pareciam ser 'sigilosas', mas que, na verdade, eram autorizadas pelos ingleses.

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Foi graças a Popov que o número de nazistas na Normandia — onde soldados dos Aliados desembarcaram no Dia D (foto) — foi menor do que o planejado inicialmente. Muitos alemães foram desviados para Calais, onde Popov disse que os inimigos desembarcariam.

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Mas o alerta que Popov fez ao FBI (polícia federal americana) sobre Pearl Harbor foi desconsiderado. O diretor John Edgar Hoover não ligou quando Popov disse que a base naval americana no Havaí seria bombardeada.

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Edgar Hoover (foto) depreciou o alerta porque Popov perdia credibilidade com sua vida boêmia. O espião bonito e sedutor era adepto das noitadas, com várias mulheres.

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Mas foi justamente essa mistura de beleza, sedução e espionagem que atraiu a atenção do jornalista e escritor britânico Ian Fleming (foto). Ele conheceu Popov num cassino e decidiu criar um personagem inspirado no espião.

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E Fleming criou ninguém menos que o agente secreto James Bond, o 007. Era o ano de 1953 e, dali para frente, 007 cresceria em fama. Em 1962, foi lançado o primeiro filme, '007 Contra o Satânico Dr.No'. Até hoje, já são 26 filmes de 007.

Divulgação/Domínio Público - Montagem Flipar

Popov acabou se casando, teve três filhos e morreu em 1981, aos 69 anos. James Bond consagrou-se como o maior espião do cinema e já foi interpretado por vários atores. O mais recente é Daniel Craig (foto).

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Richard Sorge - Oficial da Inteligência Militar Soviética, trabalhou disfarçado de jornalista boêmio e mulherengo na Alemanha nazista e no Japão durante a II Guerra Mundial.

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Sorge informou ao líder soviético Josef Stalin sobre a Barbarossa, gigantesca operação de Hitler com 3 milhões de homens e milhares de veículos blindados e aviões. O aviso permitiu uma estratégia que derrotou os nazistas e manteve a URSS na guerra.

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Descoberto, Sorge foi executado por enforcamento em Tóquio (Japão), em 7/11/1944, aos 49 anos. Ele é considerado herói russo. Na foto, um selo em sua homenagem.

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Markus Wolf - Nascido em 1923 na Alemanha, seus pais eram socialistas e membros do Partido Comunista. Por isso, a família foi para a União Soviética quando Hitler implantou o Nazismo.

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Após a II Guerra Mundial, Markus voltou a Berlim. Em 1953, passou a chefiar a divisão de espionagem. Determinava que agentes usassem o sexo para obter informações. Ele se aposentou em 1986 e, apesar de acusações de traição, sempre foi absolvido nos tribunais.

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Ficou conhecido como 'O Homem Sem Rosto' porque durante mais de 20 anos ninguém no lado ocidental da Alemanha tinha registro de sua identidade. Morreu dormindo, aos 83 anos, em sua casa, em 2006.

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