Em tom bem-humorado, ele explicou que o acessório é um “proteção” que usa desde a infância por conta de uma sequela da caxumba que contraiu na época.
“Eu tive caxumba quando era mais novo e, por precaução, uso esse artifício há muito tempo. Nasci com o que costumo chamar de ‘bumbum de gaveta’”, disse Faro ao revelar o truque diante das câmeras.
No caso de Rodrigo Faro, o chamado “bumbum de gaveta” - termo que ele usou para descrever a aparência menos arredondada dos glúteos - está relacionado a uma complicação rara da caxumba. Embora o vírus costume afetar as glândulas salivares, ele também pode provocar inflamações em outros tecidos, inclusive musculares.
Quando a doença ocorre na infância ou adolescência, uma resposta inflamatória intensa pode atingir músculos e tecidos de sustentação, levando a pequenas atrofias ou alterações no desenvolvimento da musculatura.
Essa sequela, embora incomum, pode causar perda parcial de volume na região, efeito que Faro ameniza com enchimentos.
A caxumba, cientificamente conhecida como parotidite infecciosa, é uma infecção causada por um vírus do gênero Rubulavirus, da família Paramyxoviridae.
A transmissão ocorre principalmente por meio de gotículas respiratórias - ao falar, espirrar ou tossir - e, embora seja menos frequente, também pelo contato com objetos contaminados, como talheres ou copos.
O período de incubação geralmente varia de 16 a 18 dias após o contato com o vírus, mas pode ir de 12 a 25 dias.
O paciente pode transmitir a caxumba desde dois dias antes até cinco dias após o início do inchaço das glândulas. Isso dificulta o controle da disseminação, pois muitos infectados não sabem que já estão transmitindo o vírus.
Cerca de 30% a 40% dos casos podem ser assintomáticos. Mesmo assim, essas pessoas ainda são capazes de espalhar o vírus.
Os sintomas mais comuns incluem inchaço e dor nas glândulas salivares, as parótidas, localizadas próximo às orelhas.
Febre, dor de cabeça, sensação de cansaço e falta de apetite também estão entre os sintomas clássicos da doença.
Além disso, alguns casos podem evoluir para complicações mais graves, com inflamações nos testículos, chamada de orquite, meningite viral e, em situações raras, pancreatite. A doença também pode ter impactos neurológicos, causar inflamação dos ovários ou do tecido mamário — ainda que esses desdobramentos sejam raros.
Não existe tratamento antiviral para a caxumba, então o tratamento consiste em ações que possam aliviar os sintomas, como repouso, hidratação adequada, uso de analgésicos e antitérmicos para controle da febre e dor.
No caso do inchaço nas glândulas, é recomendável fazer compressas mornas na região para aliviar o desconforto.
No Brasil, a situação mudou significativamente nos anos 1980 com a introdução de campanhas de vacinação em larga escala.
A imunização é feita com a vacina trÃplice viral - sarampo, caxumba e rubéola -, aplicada em duas doses: a primeira aos 12 meses e a segunda aos 15 meses de vida. Há também a tetraviral, que acrescenta proteção à varicela, também conhecida como catapora.
A recomendação foi mantida e ampliada por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) com o passar dos anos. A maior segurança contra a doença está diretamente ligada à vacinação completa.
O uso de medidas complementares, como boa higiene - evitando o compartilhamento de utensílios e mantendo ambientes ventilados - reforça a prevenção.