Esses data centers representam um marco, tanto pelo impacto quanto pela sua escala inédita no país.
As unidades estão previstas para instalação no Rio de Janeiro, em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, em Maringá, no Paraná, e em Uberlândia, em Minas Gerais.
Eles vão abrigar infraestrutura voltada ao treinamento de modelos de inteligência artificial de grande porte, como o ChatGPT.
Enquanto um data center convencional de 20?MW consome energia equivalente a aproximadamente 80?mil casas, os centros de IA prometem multiplicar esse impacto por dezenas ou até centenas de vezes.
Isso reflete a intensa demanda computacional e os sistemas complexos de refrigeração necessários.
Além do desafio energético, especialistas alertam para o uso intenso de água em sistemas de resfriamento desses centros.
Eles ainda apontam a falta de transparência sobre seu impacto ambiental real.
Por outro lado, o Governo Federal planeja mitigar efeitos com o programa Pró?Infra IA Sustentável, parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, o PBIA.
Esse plano prevê investir R$?500 milhões em projetos de data centers verdes, promovendo eficiência energética e uso de fontes renováveis.
Rio Al City, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro - A Elea Data Centers vai erguer quatro unidades dedicadas à inteligência artificial nesse complexo.
Atualmente, um deles opera parcialmente para serviços de nuvem, mas o plano é atingir potência inicial de 1.500?MW, com expansão até 3.200?MW, suficiente para atender até 6 milhões de residências por dia.
Scala Al City, em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul - Na pequena cidade de 40 mil habitantes,, a Scala Data Centers planeja um campus de servidores com potência inicial de 1.800?MW, capaz de suprir o consumo diário de até 7,2 milhões de lares.
A previsão é expansão para até 5.000?MW até 2033. O projeto aposta em um sistema de refrigeração a óleo em circuito fechado, reduzindo o uso de água.
RT-One, em Maringá, no Paraná, e Uberlândia, em Minas Gerais - A empresa prepara dois data centers gêmeos, cada um com 400?MW, planejados para essas cidades.
Cada unidade terá potência suficiente para abastecer até 1,6 milhão de casas por dia. Em Maringá, discute-se criar uma zona de livre comércio para facilitar importações de equipamentos.
Em Uberlândia, o projeto avalia refrigeração com uso do Aquífero Guarani, prometendo sistema fechado de baixo impacto hídrico.
Data center é uma estrutura física que abriga milhares de servidores responsáveis por armazenar, processar e distribuir grandes volumes de dados. Eles são a base de funcionamento da internet, nuvem, bancos, redes sociais e aplicativos.
Com o avanço da inteligência artificial, surgem os data centers de IA, que têm configurações específicas para lidar com tarefas mais complexas e intensas em poder computacional, como treinar modelos de linguagem, análises em tempo real e reconhecimento de imagens.
Esses centros demandam muito mais energia elétrica e sistemas de resfriamento eficientes, devido à alta performance das máquinas utilizadas.
Enquanto um data center tradicional atende diversas aplicações, os voltados à IA são otimizados para processar algoritmos de aprendizado de máquina em escala massiva.