Além disso, também apareceram ossos de animal, louças, cerâmicas, vidros e metais.
Até o momento, foram identificados 43 fragmentos ósseos, sendo 42 de origem humana e um bovino.
Eles estavam localizados na área atualmente usada como estacionamento do mosteiro.
Esses vestígios arqueológicos foram acondicionados no Laboratório de Conservação e Restauração de Acervos e Educação Patrimonial da Universidade Católica de Pernambuco, a Unicap, sob responsabilidade da Fundarpe, instituição responsável pelas obras.
Para caracterizar melhor os achados, será necessária uma escavação arqueológica.
Esse caminho foi adotado, por exemplo, no maior achado arqueológico urbano já registrado no Brasil, em 2022, na Comunidade do Pilar, no Recife, em 2022.
A escavação no bairro do Pilar revelou mais de 100 ossadas humanas e 40 mil fragmentos diversos.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, mas afirmou que irá analisar o relatório arqueológico protocolado em 28 de julho.
Um relatório elaborado entre maio e junho pela empresa LB Arqueologia, contratada pela Multiset - responsável pela obra civil - indica que o material foi higienizado, catalogado e armazenado adequadamente.
Esse relatório recomenda novas intervenções devido ao alto potencial arqueológico do local.
O Iphan poderá autorizar uma prospecção arqueológica, alterar o traçado das intervenções ou adotar técnicas menos invasivas na engenharia das obras.
Os ossos e fragmentos foram encontrados no pátio externo durante as obras a uma profundidade entre 1,10 e 1,20 metro, onde havia também conchas e pedaços de cerâmica.
Como historicamente o enterro de monges e religiosos costumavam acontecer no pátio interno ou no claustro do mosteiro, os restos mortais não devem pertencer a integrantes da ordem beneditina.
Atualmente, o Mosteiro de São Bento está passando por restauração dos bens artísticos: nave, sacristia, coro, capela-mor, capela do Santíssimo, capela abacial e sala capitular.
Ademais, também ocorrem obras civis voltadas à drenagem, reforço das fundações, subcobertura e implantação de sistema contra incêndio.
O Mosteiro de São Bento é o segundo edifício beneditino mais antigo do país, atrás apenas do Mosteiro de São Bento de Salvador, na Bahia.
O Mosteiro de São Bento de Olinda começou a ser construído em 1586. O edifício original foi incendiado e saqueado durante a ocupação holandesa, em 1631, e, após a retomada portuguesa em 1654, foi reconstruído no estilo barroco que conhecemos hoje em dia.
Ele teve sua construção iniciada em 1586 e foi reconstruído no estilo barroco a partir de 1654.
Tombado pelo Iphan em 1938, ele faz parte do Sítio Histórico de Olinda, patrimônio cultural reconhecido pela Unesco desde 1982